Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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"Eu ouvia colegas chorando de dor à noite"; Deutsche Welle

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Horas extras não remuneradas, supervisores aos berros e muita pressão. Em entrevista à DW, um romeno que trabalhou no maior frigorífico da Alemanha, novo foco da covid-19 no país, conta o que vivenciou.. @picture-alliance/dpa/B. Thisen

 

 

No sábado passado (20/06), o maior frigorífico da Alemanha, pertencente ao Grupo Tönnies e localizado no estado da Renânia do Norte-Vestfália, foi fechado por 14 dias após a eclosão de um surto de covid-19. Três dias depois, após mais de 1.500 trabalhadores terem testado positivo para o novo coronavírus, o governo estadual ordenou a suspensão parcial da vida pública no distrito de Gütersloh, onde a fábrica está localizada, e no vizinho distrito de Warendorf.

Antes disso, ao menos outros quatro frigoríficos do país haviam sido palco de surtos de covid-19, chamando a atenção para as condições de trabalho e moradia precárias dos trabalhadores, a maioria estrangeiros vindos principalmente da Polônia, da Bulgária e da Romênia e contratados por intermédio de empresas terceirizadas.

Em entrevista à DW, um ex-trabalhador romeno do frigorífico Tönnies descreve a pressão sofrida pelos trabalhadores, sujeitos a jornadas de trabalho de até 13 horas sem receberem pelas horas extras, a ameaças de supervisores e a alojamentos apertados.

“Era muito frio e úmido, e as esteiras andavam muito rápido. Ouvi colegas chorando no alojamento à noite porque estavam com dores terríveis, suas mãos estavam inchadas”, conta.

A identidade do trabalhador romeno é conhecida da DW, mas ele pediu para que seu nome não fosse publicado. Ele trabalha hoje para outra empresa na Alemanha e diz estar satisfeito com as novas condições de trabalho.

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