Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
img

Chuva em excesso pode frustrar bom momento do trigo no Rio Grande do Sul; Jornal do Comércio

Detalhes Notícia
Excesso de umidade no solo tende a aumentar a presença de doenças na lavoura DEISE FROELICH-EMATER/DIVULGAÇÃO/JC

 

 

As intensas precipitações registradas no Rio Grande do Sul desde última semana e que nesta quarta-feira (8) voltaram a desalojar centenas de famílias, também ameaçam a atual safra de trigo, principal cultura de inverno do Estado. Até junho, com a semeadura do trigo avançando forte, o clima era apontado com um fator benéfico. Veio julho, dois ciclones e muita chuva, alterando significativamente o horizonte em um ano em que a área plantada deverá crescer cerca de 20%, alcançado 760,9 mil hectares, ante 915,7 mil no ano passado.

Na Região das Missões, por exemplo, a ocorrência de cerca de 200 ml de chuva em cidades como Santa Rosa e Ijuí, em uma semana, pode implicar perdas futuras e custos maiores. Juntas, as duas regiões somam mais de 50% de toda á área destinado à triticultura gaúcha, ambas com mais de 200 mil hectares semeados, segundo dados da Emater divulgados recentemente.
Os maiores danos, no momento, estão na perda de nutrientes já depositados no solo, assim como das plantas que já foram semeadas, carregados pela água em alguns trechos. O clima úmido ainda impõe ao produtor riscos de maior proliferação de pragas e manchas folhares, o que demandar mais custo e cuidados extras. Caso persista a elevada ocorrência de chuva e tempo fechado, o alerta acende para a baixa luminosidade, o que prejudica o desenvolvimento do trigo.
O excesso de chuva implica em lixiviação e erosão do solo, o que leva a perda de nutrientes e dos insumos aplicados, diz Hamilton Jardim, representante da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) para a área do trigo. E com a previsão de mais chuva nos próximos dias, o que impede dar continuidade do plantio em cerca de 20% da área prevista, muitos agricultores precisarão avançar no zoneamento agrícola recomendado para a cultura, que termina na sexta-feira (10. Fora do zoneamento, o risco de perda é maior e já não há cobertura do seguro.

Leia mais no Jornal do Comércio