Uma parceria para o reabastecimento de medicamentos do chamado kit intubação nos hospitais gaúchos foi criada entre a Secretaria da Saúde (SES) e o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV/RS). O Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) também será parceiro no projeto.
A medida prevê que medicamentos em estoques de clínicas e hospitais veterinários que não fizerem falta imediatamente para o atendimento de animais sejam repassados para hospitais que necessitem. São medicamentos que têm prescrição humana e animal liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Alguns fármacos que podem ser cedidos para utilização em humanos são propofol, midazolam, diazepam, fentanilas, lidocaína e todos opioides, como metadona e morfina. A secretária da Saúde, Arita Bergmann, considera esta iniciativa uma demonstração de solidariedade.
O conselho está realizando um inventário dos estoques presentes nas instituições veterinárias e abrindo um canal digital de acesso nas suas redes para adesão e disponibilização dos itens, a fim de serem repassados aos hospitais. Os serviços de saúde veterinários poderão fazer o cadastro no site do CRMV/RS, que será lançado na sexta-feira (10/7), para participar do projeto.
O repasse dos medicamentos será feito mediante contrato de cedência de uso e reposição dos itens. Esta medida já foi implementada com o município de Canoas e Novo Hamburgo. A presidente do CRMV, Lisandra Dornelles, diz que a proposta agora é ampliar o projeto para todo o Estado. “Já recebemos também doações de respiradores, além de medicamentos como morfina e diazepan”, afirma.
Para ampliar o entendimento do tema, Lisandra indica a live “Como médicos veterinários podem auxiliar na crise de medicamentos e equipamentos de combate à Covid-19”, que será transmitida na sexta-feira (10/7), às 20h30, na página do conselho no Facebook (facebook.com/crmvrs).
A SES já vem tomando medidas práticas com relação ao desabastecimento de kits intubação, como o levantamento da demanda por parte dos hospitais que integram o Plano de Contingência Hospitalar. Também buscou o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde para a solução do problema. Ainda existe a possibilidade de uma compra emergencial por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para abastecer os Estados.