Porto Alegre, sábado, 07 de setembro de 2024
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Pesquisas econômicas avançam e apontam como racismo perpetua fosso social; Folha de São Paulo

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Discriminação latente prejudica negros e pardos na escola, na política e no mercado de trabalho no Brasil. Usuários no transporte público na região do Jardim Solange, na zona sul de São Paulo Bruno Santos/Folhapress

 

 

Mulheres brancas têm uma vantagem salarial de 14% em relação às negras de mesma idade, escolaridade e estado de residência no Brasil. Em 2019, isso significava que, em média, as trabalhadoras pretas e pardas recebiam R$ 475 a menos por mês.

Além de expressiva, a desigualdade de rendimentos feminina por cor da pele aumentou em relação a 2012, quando era de 11,5%, o equivalente a R$ 364 mensais (descontados a inflação do período).

No caso dos homens brasileiros, os brancos ganham 13% a mais que seus pares negros com características demográficas e educacionais semelhantes. Esse percentual, que representava R$ 624 a menos recebidos pelos pretos e pardos por mês em 2019, oscilou pouco nos últimos sete anos.

Segundo o pesquisador Guilherme Hirata, da consultoria IDados, que fez os cálculos para a Folha, é difícil destrinchar os percentuais que expressam a desvantagem salarial por cor da pele, a ponto de identificar o peso exato de cada fator que a gera e perpetua.

A necessidade de garantir renda em meio à crise econômica dos últimos anos pode, por exemplo, explicar parte do aumento recente da desigualdade entre mulheres negras e brancas no país: “Pode ser que as mulheres negras estejam mais propensas a aceitar redução salarial ou empregos que pagam menos”, diz ele.

A fatia de trabalhadoras pretas e pardas que são chefes de domicílio é maior que a de brancas, o que pode contribuir para a tendência recente desfavorável.

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