Um ex-pastor processa a Igreja Universal do Reino de Deus na Justiça do Trabalho por ter sido dispensado após a esposa descobrir que estava grávida.
Depois de 14 anos dedicados à igreja, Daniel Auada, 37, diz não ter dúvidas de que a demissão guarda relação com a gravidez da esposa, Eliane. Cerca de seis anos antes, o religioso passou por uma vasectomia, procedimento cirúrgico que, segundo ele, só ocorreu por pressão da igreja.
A instituição diz que a Justiça vem negando vínculos empregatícios de religiosos e nega ter obrigado o ex-pastor a se submeter a vasectomia. Como reportagem da Folha mostrou em junho, a Universal é alvo de mais de uma centena de processos trabalhistas movidos por ex-pastores que relatam terem sido coagidos a fazer o procedimento cirúrgico como condição básica para ascender na hierarquia da instituição.
“Quando falei que ela estava grávida, começaram a punir a gente. Pedi para eles uma ajuda, disse que não tinha auxílio financeiro”, diz. Segundo Daniel, a ajuda de custo repassada pela igreja era de pouco mais de R$ 1.400. Além da gravidez recém-descoberta, Daniel conta que fez uma cirurgia bucomaxilar e precisa bancar medicamentos. “Comentei que eu ia buscar um advogado, que a gente não tinha assistência nenhuma. Aí acabou. Chamaram uma comissão julgadora, fizeram um tribunal, me dispensaram, e ainda queriam que eu assinasse um papel pedindo para sair. Perguntei se podiam manter pelo menos o convênio, mas não teve acordo”, afirma Auada.
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