Balada, point, danceteria, night club, dance house, discoteca, boate, dancing. Diversos são os sinônimos na linha do tempo e escorregadia a fórmula – a própria legislação não ajuda muito. Na falta de melhor conceito, é possível definir uma casa noturna como caixa de concreto com nome, letreiro (luminoso, de preferência), bar, pista de dança ou shows, muita música, pouca luz, alvará na parede, um ou mais proprietários e, sobretudo, gente à procura de diversão, romance ou um simples bate-papo. Pois esse tipo de ambiente corre, pela primeira vez, sério risco de extinção em Porto Alegre.
A mesma cidade que nas últimas seis décadas catalogou centenas desses pontos (alguns deles vitais no imaginário local, como Encouraçado Butikin, Água na Boca, Looking Glass, Crocodillo’s, Cord e Fim de Século) hoje abriga pouco mais de 20 endereços com tal perfil, a maioria nos bairros Cidade Baixa, Centro Histórico, Auxiliadora, Floresta e Moinhos de Vento. Essa retração, que não é recente, pode ser atribuída a transformações no comportamento do público e a exigências mais severas pela legislação, dentre outros tantos itens na comanda. Mas nada se compara ao impacto da pandemia do novo coronavírus.
Um dos mais atingidos pelos decretos de prevenção ao contágio pela Covid-19, o ramo ainda não tem perspectivas de retomada das atividades, paralisadas desde meados de março. A situação é de penumbra. Já tem ponto em obras para reposicionamento de negócio e até um novo que sequer foi inaugurado. Os “donos da noite” resistem e, mesmo que nenhum admita abertamente jogar a toalha no curto prazo, há certo consenso de que só uma guinada positiva no cenário epidemiológico – de preferência a chegada da tão aguardada vacina – poderá salvar o segmento, que já amarga perdas individuais de até R$ 2 milhões.
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