Porto Alegre, quarta, 18 de setembro de 2024
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F. Limongi: “Ação contra Witzel passou a linha do estado de Direito. É hora das forças da razão darem um basta”; El País

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Cientista político diz que a decisão monocrática de um ministro no STJ para afastar o governador do Rio na semana passada extrapolou todos os limites e quem tem poder precisa reagir.  Fernando Limongi, cientista político. F.CAVALCANTI

 

 

Fernando Limongi (São Paulo,1958) tem se dedicado a investigar a falha na democracia brasileira que abriu brecha para a eleição de um Governo que contribui reiteradamente para erodir os princípios legais e sociais no Brasil. “Nós progressistas, entramos num processo de briga e de conflito autodestrutivo. A questão é entender porquê”, diz Limongi, doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago, e estudioso das relações de poder no Brasil. “É o desafio da gente, do grupo de intelectuais e acadêmicos que dizia ‘isso aqui está funcionando’, entender onde que não funcionou”, disse ele numa conversa por zoom nesta segunda, 31.

É nessa falha que Limongi vê a quebra de formalidades legais que afetaram, por exemplo, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afastado por uma decisão monocrática do Superior Tribunal de Justiça na última sexta-feira (28). “É a mesma permissão que leva ao ’bandido bom é bandido morto’”, diz ele, repetindo o lema que normalizou assassinatos a esmo em periferias no país, transformando o Brasil num dos países mais violentos do mundo. A responsabilidade, porém, não pode ser atribuída só ao presidente Jair Bolsonaro, mas aos choques entre partidos e também ao personalismo do Supremo Tribunal Federal, que abriu precedente para que outras cortes tomassem decisões individuais. A fratura exposta no Rio pelo ministro Benedito Gonçalves abriu insegurança e precisa urgentemente ser corrigida, segundo Limongi. Para ele, o momento de reação é agora, antes da disputa eleitoral de 2022. “Foi a nossa loucura, a nossa briga interna que gerou esse monstro”.

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