Porto Alegre, sexta, 17 de maio de 2024
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Facebook bloqueia conta de francês que transmitiria sua morte após ter eutanásia negada; RFI

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Alain Cocq em sua casa, em Dijon, na França, na maca onde está confinado como resultado de uma doença degenerativa, em 19 de agosto de 2020. REUTERS - GONZALO FUENTES

 

 

O Facebook bloqueou neste sábado (5) a difusão da morte do francês Alain Cocq. Diagnosticado com uma doença incurável, ele decidiu parar seu tratamento e transmitir ao vivo seus últimos dias de vida através das redes sociais, após ter seu pedido de eutanásia negado pelo governo francês.

“Ainda que respeitemos sua decisão de chamar a atenção para esta questão complexa, baseado-nos em conselhos de especialistas, tomamos medidas para impedir a difusão do vídeo no perfil de Alain porque nossas regras não permitem a publicação de tentativas de suicídio”, declarou um porta-voz do Facebook.

Na noite de sexta-feira (4), Cocq, que vive em Dijon, no leste da França, anunciou em um vídeo que tinha interrompido seu tratamento e parado de se alimentar e se hidratar, e que transmitiria sua agonia ao vivo, nas redes sociais, para denunciar as leis atuais sobre o fim de vida na França.

Algumas horas mais tarde, quando deveria postar o segundo vídeo, o Facebook bloqueou a difusão até 8 de setembro.

“É a vez de vocês”, disse o francês para seus apoiadores, postando ao mesmo tempo o endereço do Facebook França, em Paris. “Mostrem o que pensam desses métodos de entrave à liberdade de expressão,” pediu. “Um sistema de réplica será ativado dentro de 24h” para divulgar o vídeo, garantiu.

Seguidores manifestaram seu apoio a Cocq. “A Lei Cocq vai chegar, tenho certeza”, disse uma delas se referindo a uma possível evolução da lei sobre o fim de vida na França, que desde 2016 autoriza a sedação profunda, mas somente de pessoas cujo prognóstico vital está comprometido “a curto prazo”.

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