Naty* tinha 15 anos quando descobriu que uma foto sua, nua, circulava em grupos de Whatsapp de colegas de escola e até no Facebook. O terror começou quando um amigo do irmão dela roubou a imagem de seu celular e compartilhou, com ajuda de um adulto. Foram três meses de assédio online que marcaram sua adolescência. Envolta em culpa, passou a sofrer de ansiedade e depressão.
— Foi uma das piores sensações da minha vida. Foi difícil ver alunos comentando coisas horríveis e compartilhando aquela foto uns com os outros. Os meninos da escola começaram a falar coisas ofensivas presencialmente e, quando achei que não dava pra piorar, descobri que a foto estava sendo compartilhada também com professores. Um deles achou que “elogiando” meu corpo iria amenizar a situação. Achei que minha vida nunca mais voltaria ao normal. Me senti a pior pessoa do mundo — afirma Naty, que foi vítima de um crime, uma vez que compartilhar imagem de nudez ou sexo sem consentimento está no Código Penal desde 2018.
O drama dela se repete pelo mundo e, de forma assustadora, no Brasil. Pesquisa mundial com 14 mil adolescentes e jovens mulheres revelou que 58% delas dizem já ter sofrido assédio pelas redes sociais, o que inclui ameaça de violência sexual, assédio sexual, comentários racistas ou LGBTIfóbicos, perseguição, linguagem abusiva, entre outros. No Brasil, os dados chegam a alarmantes 77% das 500 entrevistadas.
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