O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) mantém o movimento de alta em setembro, mesmo com uma redução na taxa de câmbio durante o último mês. O indicador registrou elevação de 1,48% em relação a agosto. O principal motivo foi o aumento de tributos de comercialização. No acumulado do ano, o IICP chegou a 7,36% em sete meses, bem acima do IPCA que ficou em 1,34% no mesmo período. Os dados foram divulgados pela Farsul nesta quarta-feira (21/10).
O resultado até setembro é influenciado pela valorização média da taxa cambial que impacta diretamente no custo dos insumos, em sua maioria importados. O resultado só não foi maior em razão da queda no preço do petróleo no primeiro trimestre do ano. No acumulado em 12 meses, o IIPC chegou a 7,67%, contra 3,14% do IPCA. Como a tendência é de que o preço do petróleo siga a trajetória de valorização e a taxa cambial continue alta, os produtores devem ficar atentos aos custos da safra que se inicia, que devem manter movimento de aceleração.
Os preços recebidos pelos produtores também mantêm a sequência de aumento. O índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) em setembro aumentou 14,81% em relação ao mês anterior. O resultado é consequência da alta taxa cambial, somada a menor oferta e aquecimento de demanda interna de alimentos.
No acumulado em 12 meses, o crescimento do IIPR segue em uma aceleração bem acima do IPCA Alimentos, ficando em 78,84% e 11,79%, respectivamente. Reflexo da variação cambial em patamares históricos que contribuiu na valorização dos produtos agrícolas do primeiro. Já a baixa atividade econômica afeta muitos dos produtos que compõe a cesta do segundo.