Não é uma eleição, são 50. É o que costumam dizer os cientistas políticos ao explicar o processo de escolha dos presidentes norte-americanos, que além disso coincide com a renovação de parte do Congresso e às vezes com consultas locais, tudo no mesmo dia. O sistema federal permite que cada um dos Estados do país, mais o Distrito de Columbia, estabeleçam suas próprias regras, que afetam desde os prazos e a maneira como os cidadãos podem votar até a possibilidade de interromper a apuração em um determinado momento.
A este cenário marcado pela complexidade se somou neste ano uma pandemia que transformou o voto pelos correio em protagonista e provocou uma demora na apuração em alguns eleitorados cruciais. A ausência de um resultado final em Estados decisivos dias depois do fechamento das urnas deixa o resto do mundo tentando entender como funciona este processo, em que não ganha o candidato que tiver mais votos, e sim aquele que reunir o apoio majoritário no Colégio Eleitoral. A principal incógnita é por que desta vez está sendo tão devagar.
Neste ano, a pandemia mudou as regras do sistema eleitoral em vários Estados. Para incentivar a participação e dar segurança aos cidadãos, a maioria dos territórios flexibilizou os requisitos para emitir o voto por correio, sem necessidade de apresentar uma justificativa. Isto se traduziu em que quase 64 milhões de eleitores enviaram sua cédula por correio ou a depositaram na caixa de uma seção eleitoral. Somados a quem compareceu presencialmente a seções abertas antecipadamente, são mais de 100 milhões de norte-americanos votando antes da data oficial, uma cifra nunca vista na história deste país. Quase 60 milhões o fizeram de forma presencial.
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