Neste mês de novembro, chega ao fim a safra de trigo no Rio Grande do Sul, o último estado a colher o cereal mais usado no Brasil para fabricar massas, pães, pizzas e biscoitos, e cuja cadeia de negócios movimenta cerca de R$ 30 bilhões por ano. Mais uma vez, alguns reveses climáticos – geadas em agosto, estiagem em outubro – fizeram com que a safra gaúcha, inicialmente tida como muito boa, fique mais próxima de 2 milhões de toneladas do que dos 3 milhões estimados.
Mesmo que a produção nacional de trigo ainda não atenda às necessidades internas (cerca de 12 milhões de toneladas anuais) e seja necessário importar entre 5 a 6 milhões de toneladas, a triticultura está cercada de certo otimismo porque começam a despontar, em estados do Brasil Central, alguns desempenhos espetaculares.
Entretanto, com os 3,3 milhões de toneladas colhidos no Paraná e mais quase 1 milhão em estados com produção emergente – Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Tocantins Piauí e Ceará -, a triticultura brasileira deu, em 2020, mais um passo rumo à autossuficiência no abastecimento, meta nunca alcançada durante décadas de peleia contra pragas associadas ao mau tempo. Como reconhece Hamilton Jardim, coordenador da Câmara Setorial de Trigo da Farsul, “estamos assistindo ao surgimento do trigo tropical”, produzido nos Cerrados.
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