Porto Alegre, sábado, 04 de maio de 2024
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BNDES, o vendedor de 2020; Época

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Enquanto as privatizações do governo patinam, estatal conseguiu vender R$ 47 bilhões em ações de grandes empresas, reforçando seu caixa no ano da pandemia. Para reduzir a exposição do banco a perdas financeiras em razão de oscilações na Bolsa e levantar recursos, o BNDES quer vender, até 2022, R$ 90 bilhões de ativos de empresa. Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

 

 

Se a maior parte das privatizações prometidas pelo ministro Paulo Guedes está sedimentada no papel e sem perspectivas de ganhar o mundo real, há uma área do governo Bolsonaro que está conseguindo se desfazer do que possui: a estratégia de venda de ativos do BNDES decolou no ano da pandemia. Até dezembro, são R$ 47 bilhões levantados com vendas de ações que o banco detinha em uma série de grandes companhias, incluindo Petrobras, Vale e Suzano, por meio de seu braço de participações, a BNDESPar. É mais da metade da meta traçada para ser cumprida ao longo de três anos, até o fim de 2022, de vender R$ 90 bilhões em ativos que detém de empresas.

Além de reduzir a exposição do banco a perdas financeiras em razão de oscilações na Bolsa, o plano é levantar recursos a serem empregados para estruturar projetos de infraestrutura — sobretudo em áreas como a de saneamento básico — e redirecionar recursos antes aplicados em “campeãs nacionais” a empresas de pequeno e médio porte. O banco ainda lançou leilões de serviços de saneamento de estatais em Alagoas e no Espírito Santo e caminha para soltar o edital de privatização da Cedae, a estatal de saneamento do Rio de Janeiro, na próxima semana. Trata-se do maior projeto de concessão em infraestrutura no país, que prevê R$ 31 bilhões em investimentos. No setor de energia, saiu a concessão da CEB-D, distribuidora de energia de Brasília. São passos que parecem fazer do BNDES — e de Gustavo Montezano, no comando da instituição — uma espécie de “supervendedor”, em contraste com seus colegas de governo.

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