Com o Brasil atrasado na corrida global por vacinas contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro tentou passar para as farmacêuticas a responsabilidade sobre a disponibilização de imunizantes no país. Em tom de cobrança sobre as empresas, Bolsonaro disse que o Brasil é um “mercado consumidor enorme”: “Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles, então, não apresentam documentação na Anvisa? Se eu sou vendedor, eu quero apresentar”, declarou a apoiadores no Palácio da Alvorada, antes de viajar para o litoral de São Paulo, onde passará a virada do ano.
A Pfizer, empresa responsável pela vacina que já é aplicada nos Estados Unidos, no Reino Unido, na União Europeia e em outros países, disse ao GLOBO que considera mais célere o processo convencional de aprovação de vacinas junto à Anvisa — a alternativa oferecida pela agência para o uso emergencial tem “particularidades”, segundo a empresa. A AstraZeneca, único laboratório com acordo formalizado com o governo federal, também está seguindo o procedimento convencional, que permite a submissão continuada de documentos.