O alarme tocou no último dia 13 no Australian Financial Review, quando a repórter Miranda Ward publicou as primeiras evidências de que o Google estava “experimentando com seu algoritmo para remover matérias de veículos noticiosos australianos de seus resultados”.
A busca por conteúdos do próprio Financial Review ou do Sydney Morning Herald trazia somente links velhos ou de outras fontes.
Ward procurou a plataforma americana, que confirmou: “Estamos fazendo alguns experimentos que vão alcançar cerca de 1% dos usuários na Austrália, para medir o impacto das empresas noticiosas e do Google Search, um sobre o outro”.
Estava mais para um experimento de censura, por parte de um monopólio privado —que é como o Departamento de Justiça e o Congresso americanos descrevem o Google hoje. Na Austrália, ele controla 95% das buscas.
O grupo que publica o Financial Review e outros jornais de referência do país viu na ação da plataforma “uma ilustração arrepiante de seu extraordinário poder de mercado”.
“É perturbador”, concordou editor do neozelandês Herald, sublinhando que o Google estava mostrando seu poder diante do projeto, que corre no Parlamento australiano, para que as plataformas paguem pelas notícias.
O episódio repercutiu globalmente, por países que há meses seguem de perto os esforços australianos, e o próprio governo reagiu, afirmando que “os gigantes digitais deveriam se concentrar em pagar pelo conteúdo, não bloqueá-lo”.
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