Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Relatora apresenta parecer favorável à prisão do deputado Daniel Silveira. Câmara vai decidir na sessão de hoje se mantém o parlamentar preso

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Magda Mofatto considerou “gravíssimas” as acusações contra o parlamentar. Foto: Michel Jesus/ Agência Câmara

 

 

A deputada Magda Mofatto (PL-GO) apresentou parecer favorável à prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ)​ decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerando “gravíssimas” as acusações imputadas ao parlamentar. Ela lembrou que, no vídeo, Silveira pede a cassação dos membros do Supremo e defende a ditadura.

Relatora do caso, Moffatto lembrou que o deputado já é investigado por atos considerados crimes no inquérito em andamento na Corte, como incitação contra as instituições.

A relatora ressaltou que nenhuma autoridade está imune a críticas, mas “é preciso traçar uma linha e deixar clara entre uma crítica contundente e um verdadeiro ataques às instituições democráticas”. Ela afirmou que o comportamento de Daniel Silveira tem se mostrado frequente no ataque a minorias e ao Estado democrático de direito.

A deputada citou o exemplo dos Estados Unidos e da Europa, cujas leis não amparam esse tipo de ataque contra a democracia e a ordem constitucional, usando a liberdade que a própria democracia concede aos cidadãos e aos parlamentares.

Para exemplificar a gravidade da situação, Magda Moffatto leu a transcrição do vídeo, no qual Silveira defende, por exemplo, que o ministro Edson Fachin deveria “levar uma surra”, usando palavras de baixo calão e reafirmando opiniões relacionadas à defesa da cassação dos ministros como foi feito na ditadura militar.

Para a relatora, essas ameaças visam a impedir o livre exercício de um Poder da União, devendo ser enquadradas na Lei de Segurança Nacional porque têm a intenção de “intimidar os ministros do Supremo Tribunal Federal e de criar animosidade entre a Corte e as Forças Armadas”.

Defesa
Após a apresentação do parecer pela relatora, o advogado de defesa do deputado Daniel Silveira, Maurizio Rodrigues Spinelli, afirmou que a deputada não discutiu as questões técnicas da prisão do deputado. “O relatório não enfrenta as questões primordiais dessa prisão em flagrante: a atipicidade do fato, a ausência de flagrância, e a inafiançabilidade. São elementos fundamentais para que ocorram a prisão”, disse.

O advogado voltou a ressaltar que o caso terá repercussão. “Não deve ser considerada a flexibilização das imunidades que, em dado momento, poderia substituir a figura do Daniel Silveira por qualquer um dos parlamentares”, declarou. (Agência Câmara de Notícias)