Em meio à escassez de doses de vacina contra o coronavírus, a França inicia nesta quinta-feira (25) a vacinação em consultórios médicos e empresas. Trinta mil clínicos-gerais, que desempenham um papel de médicos de família no sistema de saúde francês, poderão vacinar a partir de hoje pacientes de 50 a 64 anos que sofrem de patologias crônicas, como câncer, diabetes, doenças cardíacas e pulmonares.
Esse público receberá a vacina da AstraZeneca/Oxford, considerada 70% eficaz contra a forma grave da Covid-19, inclusive contra a variante inglesa que se propaga rapidamente no território francês. Por outro lado, o grau de proteção desse imunizante contra a variante sul-africana do vírus, que representa 4% a 5% das contaminações na França, é bem mais baixo – entre 10% e 20%.
Médicos do trabalho também vacinarão em função das doenças crônicas dos empregados e em caráter voluntário, mas o pessimismo da imprensa em relação a essa nova etapa da campanha de vacinação é o pequeno número de doses disponíveis. Cada médico receberá apenas um frasco do imunizante da AstraZeneca, que contém dez doses, destaca o jornal Les Echos.
Em seu editorial, o Libération adverte: “Não sejamos ingênuos: o número de contaminações segue elevado e apenas uma campanha de vacinação bem organizada poderia salvar futuras vítimas”.
O jornal critica o atraso na compra de vacinas pela União Europeia, que ficou negociando preços baixos e agora enfrenta a concorrência de outros países que foram mais ágeis nas encomendas. Resultado: as autoridades francesas não têm muito mais a fazer e são obrigadas a compor com essas circunstâncias.
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