Porto Alegre, segunda, 07 de outubro de 2024
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Biblioteca Pública apresenta 10 sugestões de leitura para refletir sobre o Dia Internacional da Mulher

Detalhes Notícia
Letícia Wierzchowski, Virgínia Woolf e Lygia Fagundes Telles tem obras indicadas.

 

A Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul (BPE) – instituição da Secretaria de Estado
da Cultura (Sedac) – preparou uma lista de dez livros para refletir sobre a data que remete a 8
de Março: Dia Internacional da Mulher. Nossas dicas de leitura pretendem destacar mulheres
reais e personagens da literatura brasileira e estrangeira que representam o universo feminino
e suas batalhas diárias.

Os títulos serão apresentados todas às segundas e quartas-feiras, durante o mês de março, nas
redes sociais da Biblioteca — Facebook e Instagram. As dicas integram a programação da Sedac,
com o objetivo de trazer mais visibilidade à campanha “Força Feminina”, com a participação das
instituições vinculadas à secretaria durante o Mês da Mulher.
Um pouco de história

O Dia Internacional da Mulher é comumente lembrado em referência a um incêndio em uma
fábrica têxtil de Nova York, em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas.
Apesar de trágico, esse incidente não foi o único que marcou a trajetória das lutas feministas.
Mesmo antes do século 20, eventos bem anteriores a este acontecimento fizeram com que
mulheres se mobilizassem contra injustiças de jornadas de trabalho exaustivas e de salários e
pelo fim do trabalho infantil.

Mas, foi na Rússia, em 1917, que no dia 8 de março (23 de fevereiro no calendário Juliano,
adotado pela Rússia, até então), 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II,
contra as más condições de trabalho, em um protesto conhecido como “Pão e Paz” – que iria se
tornar o “Dia Internacional da Mulher”, apenas em 1921.

Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o
primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres.
Nos anos 1960, o Movimento Feminista ganhou corpo. Em 1975, comemorou-se, oficialmente,
o Ano Internacional da Mulher e, em 1977, o “8 de março” foi reconhecido, oficialmente, pelas
Nações Unidas.

Veja a lista completa dos livros:

“Furacão Elis”, de Regina Echeverria (1945 – )
Uma vida em que tudo aconteceu depressa demais – assim foi a vida de Elis Regina, um turbilhão
da infância à morte prematura e trágica. “Furacão Elis” é uma biografia que enreda o leitor neste
turbilhão e procura iluminar todas as facetas de uma mulher difícil e apaixonante, obstinada e
insegura. Segundo a autora, Elis Regina Carvalho Costa “rompeu com a prudência e se atirou ágil
e rapidamente em seus desejos. Superou acusações, rótulos, cobranças. Confundiu, anarquizou,
gritou e esperneou. Não levou desaforo para casa. Foi uma mutante especialíssima, uma mulher
valente, uma artista excepcionalmente talentosa”, e que, como bem resumiu seu amigo, o
produtor e diretor musical Fernando Faro: “Morreu de inocência.”

“Orlando”, de Virgínia Woolf (1882 – 1941)
Nascido no seio de uma família de boa posição em plena Inglaterra elisabetana, Orlando acorda
com um corpo feminino durante uma viagem à Turquia. Como é dotado de imortalidade, sua
trajetória então atravessa mais de três séculos, ultrapassando as fronteiras físicas e emocionais
entre os gêneros masculino e feminino. Suas ambiguidades, temores, esperanças, reflexões –
tudo é observado com inteligência e sensibilidade nesta narrativa que, publicada originalmente
em 1928, e que permanece como uma das mais fecundas discussões sobre a sexualidade
humana.

“Jane Eyre”, de Charlotte Brontë (1816 – 1855)
Quebrando paradigmas e criticando a realidade vitoriana da época, “Jane Eyre” (1847-) desafia
o destino imposto às mulheres e as posições sociais que elas deveriam ocupar. Com narrativa
em primeira pessoa, surge um novo tipo de heroína: corajosa, destemida, independente, não
convencional e admirada por sua capacidade de lidar com os obstáculos em seu caminho. É
considerada uma das primeiras heroínas independente do romance moderno.

“Os diários de Virginia Woolf”, por Virginia Woolf (1882 – 1941)
Seleção dos diários da escritora Virginia Woolf (1882 – 1941), de sua juventude até os registros
de seu último ano de vida, em 1941. Virginia Woolf manteve esse diário vívido, com alguns
hiatos, por 44 anos, desde a adolescência até poucos dias antes de sua morte. Pensado como
uma escrita sem fim, o diário de Virginia Woolf representa o seu anseio por um sistema capaz
de incluir tudo, sem distinções – o rasteiro e o sublime, o público e o privado.

“Simone de Beauvoir: uma vida”, de Kate Kirkpatrick
“Becoming Beauvoir” (1908 – 1986). Símbolo da mulher liberada, os relacionamentos não
convencionais de Simone de Beauvoir foram um exemplo e emblema da sua geração. Filósofa,
escritora e ícone feminista, ela ganhou prêmios literários de prestígio e transformou a maneira
como pensamos a feminilidade e gênero em livros inspiradores como “O Segundo Sexo”. Através
de cartas e diários, recentemente encontrados, Kate Kirkpatrick mostra a engenhosidade e
inovação do pensamento e das convicções de Beauvoir. A fascinante história de como Simone
de Beauvoir se tornou ela mesma. Aliás, a própria Simone dizia: “Ninguém nasce mulher, mas
se torna mulher”.

“Estrelas Além do Tempo”, de Margot Lee Shetterly (1969 -)
Situado em meio ao movimento pelos direitos civis dos anos 60, durante a corrida espacial russoamericana da Guerra Fria, a fenomenal história do time das matemáticas afro-americanas da
NASA — que desempenharam um papel crucial no sucesso do programa espacial norteamericano no período em que vigorava a segregação racial. ‘Hidden Figures’ entrelaça uma rica
história da maior aventura da humanidade com as histórias íntimas de cinco mulheres corajosas,
cujo trabalho mudou para sempre o nosso mundo e foi adaptada ao cinema em 2016.

“Eva Luna”, de Isabel Allende (1942 -)
Conta a história de Eva, que muito jovem se perdeu dos pais. De origem humilde, precisou
começar a trabalhar como empregada, mas o seu verdadeiro talento era contar histórias. A
protagonista e narradora relata a burlesca história da sua própria vida e das pessoas que
encontrou ao longo do caminho. À medida que os anos passam e sua natureza imprudente a
leva de uma casa para outra, ela conhece pessoas de todos os tipos e classes, mas é sua
imaginação que a mantém viva e alimenta seus ardentes encontros com os amores e amantes.
Terceiro romance da autora hispano-americana, publicado em 1987, é considerado a obra que
consagrou definitivamente Isabel Allende como uma das vozes importantes da literatura
contemporânea.

“As Meninas”, de Lygia Fagundes Telles (1923 -)
Três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas em 1973: Lorena,
filha de família quatrocentona, com veleidades artísticas e literárias, namora um homem casado,
mas permanece virgem. Ana Clara, envolvida com drogas e linda como uma modelo, divide-se
entre o noivo rico e o amante traficante. Lia, por fim, é militante num grupo de esquerda e sofre
pelo namorado preso e torturado pelo Regime Militar. Lygia Fagundes Telles constrói um
romance pulsante e polifônico, que capta como poucos o espírito daquela época conturbada e
de vertiginosas transformações, sobretudo comportamentais. “As meninas” acabou por se
tornar, ao longo do tempo, um dos livros mais aplaudidos pela crítica e também um dos mais
populares da autora.

“A Casa Das Sete Mulheres”, de Letícia Wierzchowski (1972 -)
Mescla de realidade e ficção num romance que retrata magistralmente o Rio Grande do Sul do
século 19 — à época da Revolução Farroupilha: a aventura e o drama de sete gaúchas da família
do coronel Bento Gonçalves da Silva. Após o início da Guerra dos Farrapos, Bento Gonçalves
manda a esposa, filhas e tias para uma propriedade à beira do Rio Camaquã, no interior da
Província. Isoladas na Estância do Brejo, local de difícil acesso aos inimigos da Revolução, elas
deveriam esperar o desfecho do conflito, só que a guerra começou a se prolongar, e a vida
daquelas mulheres transformou-se para sempre.

“O Verão Antes da Queda”, de Doris Lessing (1919 – 2013)
Uma mulher de 45 anos (quatro filhos adolescentes e um marido médico), encontra uma
segunda chance na vida por entre os perigos da liberdade! Surge a aventura com um homem
muito mais novo. E se revela para si mesma: uma mulher de alta classe média, que se quer
independente, mas revê seus papéis de esposa, mãe e mulher convencional e percebe que ainda
vive presa “entre palavras e pessoas criadas para usarem e serem usadas por palavras”. Doris
Lessing é considerada uma das maiores escritoras de língua inglesa do século 20.

SERVIÇO:
O quê: Dicas de Leitura para o Mês da Mulher
Quando: Segundas e quartas (mês de março)
Onde: Redes sociais da Biblioteca Pública RS
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