Porto Alegre, quinta, 10 de outubro de 2024
img

Lula e Lava Jato usam argumentos parecidos no STF, mas em direções opostas; Folha de São Paulo

Detalhes Notícia
Procuradores questionam integridade de arquivo de mensagens, enquanto petista diz que dados da Odebrecht foram adulterados. O procurador Deltan Dallagnol, na entrevista coletiva em que apresentou Powerpoint sobre Lula, em 2016 - Rodolfo Buhrer - 14.set.16/Reuters

 

 

Em um ponto argumentos da força-tarefa da Lava Jato e da defesa do ex-presidente Lula parecem convergir: o uso de arquivo eletrônico como prova não pode ocorrer se não houver garantias amplas de que ele não foi adulterado ou editado.

Depende, porém, de qual arquivo eletrônico se estiver falando.

Se for o pacote com mensagens hackeadas do celular do procurador Deltan Dallagnol, os advogados de Lula não levam esse fator em consideração, mas a força-tarefa, sim.

Já se o tema da discussão for os dados dos sistemas eletrônicos de contabilidade de propinas da Odebrecht, anexados como prova em Curitiba, os papéis se invertem: Lula acha que o arquivo pode ter sido violado, enquanto os procuradores rechaçam a hipótese.

Os debates no Judiciário sobre a integridade desses dois conjuntos de provas ao mesmo tempo opõem e aproximam os dois adversários mais ferrenhos da operação deflagrada no Paraná.

Curiosamente, tanto a validade como prova dos sistemas da Odebrecht quanto a das mensagens estão sendo motivo de debates no Supremo Tribunal Federal em uma mesma reclamação (tipo de recurso apresentado diretamente à corte), na qual o relator é o ministro Ricardo Lewandowski.

Leia mais na Folha de São Paulo