Porto Alegre, quinta, 10 de outubro de 2024
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Ministro da Defesa foi demitido após recusar alinhamento das Forças Armadas ao governo Bolsonaro; O Estado de São Paulo

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Crise agravou-se com os sucessivos vexames do general da ativa Eduardo Pazuello na Saúde e se deteriorou de vez quando presidente disse que o ‘meu Exército’ não iria para as ruas ‘obrigar o povo a ficar em casa’. Fernando de Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa Foto: Gabriela Biló/Estadão

 

 

O presidente Jair Bolsonaro pediu o cargo do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo Silva, seu amigo de décadas, porque ele se recusava a garantir um alinhamento automático e a manifestar apoio das Forças Armadas a posições do presidente que caracterizariam o envolvimento direto dos militares com a política.

A crise agravou-se com os sucessivos vexames do general da ativa Eduardo Pazuello na Saúde e se deteriorou de vez quando Bolsonaro disse que o “meu Exército” não iria para as ruas “obrigar o povo a ficar em casa”.

Além de Azevedo e Silva, também podem entregar os cargos os comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, e da Aeronáutica, brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez. Enquanto o ministro apresentava uma nota à imprensa anunciando sua saída do cargo, os três comandantes se reuniram para tomar uma posição conjunta.

A relação entre Bolsonaro e Azevedo Silva vinha se deteriorando havia meses e na semana passada o ministro avisou aos comandantes e a assessores diretos que estava se tornando insustentável. No domingo, a gota d’água foi uma entrevista do chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, general Paulo Sérgio, ao jornal Correio Braziliense, comparando as ações efetivas do Exército na pandemia ao desastre produzido por Bolsonaro. O índice de letalidade por covid na população é de 2,5%, no Exército fica em 0,13%.

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