Em julho de 2018, quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu definir qual papel seu guru econômico e atual ministro da Economia, Paulo Guedes, teria na campanha, ele usou o termo “Posto Ipiranga”. Guedes assumiu ali a posição de interlocutor com o setor empresarial e financeiro.
O grupo no entorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou ao páreo eleitoral depois de recuperar seus direitos políticos, tem uma preocupação semelhante agora —encontrar um porta-voz que possa ajudar o partido a se reaproximar da classe empresarial e, eventualmente, montar um plano econômico.
Quem fez esse papel na primeira eleição vencida por Lula, em 2002, foi o ex-ministro Antonio Palocci, que comandou a Fazenda entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato do petista. Palocci tinha livre acesso aos principais empresários do país e fazia a ponte do partido com a Faria Lima. A gestão da economia no período é bem avaliada, inclusive por lideranças do setor privado que hoje se posicionam no campo oposto ao PT.
Esse elo, no entanto, foi rompido após o ex-ministro ter assinado um acordo de delação premiada com a Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
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