Porto Alegre, sexta, 11 de outubro de 2024
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Canal Livre: Santos Cruz defende CPI da Covid-19 e vê processo 'desastroso' contra pandemia. Ex-ministro quer que CPI avalie "todo o processo" e diz que faltou união

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O General Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu que a CPI da Covid-19 avalie “todo o processo” da condução da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Para o militar da reserva, o processo foi “desastroso” até aqui, especialmente pela falta de entendimento entre Bolsonaro e os governadores.

A avaliação foi feita em entrevista ao Canal Livre deste domingo (11).  “Essa CPI, eu vejo que ela precisa avaliar todo o processo. É um processo, infelizmente, desastroso. A maneira como começou a administração dessa pandemia, quando a liderança máxima – que é o presidente – teria que ter abraçado os governadores e dizer: ‘olha, nossas diferenças vão ter que ficar para depois’”, disse Santos Cruz. “Realmente, que seja uma radiografia do que aconteceu com a sociedade brasileira”, acrescentou.

Na última quinta-feira (08), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) adote medidas necessárias para a instalação de uma CPI para apurar possíveis omissões do governo federal no enfrentamento da Covid-19. A decisão de Barroso foi alvo de críticas de Bolsonaro.

Titular da Secretaria de Governo entre janeiro de junho de 2019, Santos Cruz foi alvo de críticas de apoiadores de Bolsonaro. Segundo ele, o presidente é cercado por “um grupo muito próximo de fanáticos que tem uma influência grande”.

“Você vê hoje a profundidade do desrespeito. O sujeito às vezes se dirige a uma autoridade de maneira sem cerimônia, sem respeito nenhum. Você vê a quantidade de ataques pessoais, a falta de educação, palavrão de montão”, descreveu. “Esses grupos são atuantes, são bastante ativos. Eles têm uma influência sobre a nossa autoridade máxima, que é o presidente.”

Apesar das críticas feitas aos apoiadores de Bolsonaro, Santos Cruz afirma que o presidente sempre esteve aberto a críticas. “Eu falei tudo aquilo que achava que devia falar para auxiliar o presidente. Toda vez que você não for honesto na sua comunicação, na sua crítica, no seu aconselhamento, você vai colocar a autoridade em maior risco ainda”, descreveu.

O general ainda descartou clima político nos quartéis para uma ruptura democrática, especialmente por parte do topo da hierarquia das Forças Armadas no Brasil. “São pessoas da mais alta qualidade, que não vão se envolver em uma aventura dessas”, acredita.