Estratégias de longo prazo, mas com flexibilidade para serem adaptadas às mudanças tecnológicas e aproveitarem as oportunidades de cada canal digital. Três feras do empreendedorismo brasileiro deram suas receitas para as empresas estimularem vendas em redes sociais e outras frentes de e-commerce em debate nesta terça-feira (13), no segundo dia do Fórum da Liberdade.
Alexandre Birman, CEO e CCO da Arezzo&Co, maior House of Brands de moda do Brasil, Bel Humberg, Conselheira da EY no programa Winning Women, Mentora Endeavor, BRNext e Elas_Intech e Co-fundadora do Fundo Dona de Mim (microcrédito para MEIs), e Rachel Maia, CEO na RM Consulting Cosumer Goods, empresa especializada em mercado de Luxo, experiência do Consumidor, expansão e liderança, debateram sobre oportunidades e desafios para marketing e vendas no painel “Caiu na Rede, é Venda”.
– Temos acompanhado uma gigantesca mudança na jornada de compra do consumidor, trazida pela pandemia, o ESG (preocupação com social, meio ambiente e governança das empresas), a digitalização de empresas e da população e o uso do WhatsApp como ferramenta de vendas – resumiu Bel Humberg.
Ela lembrou que o Brasil é o terceiro país no mundo que mais baixa aplicativos e o segundo que mais usa rede social, portanto, as empresas precisam estender seus esforços de marketing para os canais digitais – mas sem ignorar oportunidades em meios tradicionais.
– Mesclar uma estratégia com um influencer do Instagram com anúncios na mídia tradicional pode trazer um efeito poderoso – exemplificou Bel.
Birman lembrou que, em 2005, a Arezzo apostava seu marketing na contratação de atrizes de novela, trazendo-as para o mundo da moda. Isso hoje soa ultrapassado, com os influencers digitais cada vez mais sendo protagonistas de campanhas de grandes marcas.
– Quando falamos em comunicação, tudo é cíclico. Precisamos saber quais são as melhores pessoas para comunicarem nossa marca, é importante se adaptar ao momento – defendeu.
Uma coisa, no entanto, não mudou desde os tempos “analógicos da comunicação”: a visão de longo prazo da estratégia comercial.
– O trabalho digital também precisa ter perenidade para construir a voz da marca – afirmou Birman.
Rachel Maia disse que o consumidor cada vez mais espera ver pluralidade nos canais de venda das companhias, inclusive nos meios digitais. Portanto, as empresas devem assumir o desafio de comunicarem suas ações de responsabilidade social e inclusão.
– O consumidor já não entra mais nas lojas em razão da pandemia, mas continua se perguntando se a companhia tem diversidade. Cabe às empresas comunicarem de forma eficaz – afirmou.
Ela acrescentou que, mesmo na crise, as organizações devem ampliar os esforços para entregar qualidade ao consumidor, ainda que seus serviços ou produtos sejam simples. Isso significa entregar o que se compromete e de uma forma que o valor agregado seja percebido.
– Se os consumidores perceberem que você não tem qualidade, migrarão de marca em bando, como pássaros – avalia Rachel.