Em um sinal de mudança na gestão do Itamaraty, o chanceler Carlos França telefonou para o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, um dia depois de um episódio com potencial de desgastar a relação entre os países: a declaração do ministro Paulo Guedes de que os chineses “inventaram o coronavírus ”.
O teor da conversa não foi divulgado. França disse que eles conversaram sobre o fornecimento de insumos para vacinas. “A China é um parceiro-chave nesta matéria”, disse o chanceler em audiência pública na Câmara dos Deputados. O embaixador chinês comentou em um evento virtual: “Temos um diálogo muito fluido e produtivo com o Itamaraty”.
Aos deputados, França disse que o diplomata chinês se comprometeu a reservar cota maior do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para o Brasil produzir a vacina de Oxford/AstraZeneca. No entanto, afirmou que, como a China pretende acelerar a vacinação, não há “passe de mágica” para conseguir vacinas e outros produtos usados no enfrentamento à pandemia. O chanceler evitou comentar a declaração de Guedes.
