Porto Alegre, domingo, 13 de outubro de 2024
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“A dor do holocausto não é somente da comunidade judaica, é de toda a humanidade”, afirma Tarso Genro em encontro online com a FIRS

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Ex-governador do RS participou de uma live com a Federação Israelita do RS e falou sobre antissemitismo, política e atualidades na noite desta quinta (06).

 

Com origem em uma família que reunia judeus e alemães, Tarso Genro sempre manteve relação com a comunidade judaica e durante sua gestão à frente do governo do Estado ações importante de aproximação com Israel foram realizadas, como uma missão empresarial ao país e a visita do cineasta Amos Gitai. Na noite desta quinta-feira (06), o político participou do FIRS Convida, evento online que integra projeto da Federação Israelita do RS. A conversa foi transmitida pela página oficial da FIRS no Facebook e YouTube e teve a condução das perguntas pelo presidente da Federação, Sebastian Watenberg, pelo diretor da Federação, Fabio Lavinsky e por Ariel Krok, do grupo de Jovens Diplomatas do Congresso Judaico Mundial.

Fabio Lavinsky questionou Tarso Genro sobre qual seria o caminho mais viável para educar a esquerda com relação à visão sobre Israel e o sionismo. Segundo o político, não há outro caminho senão por meio do diálogo, do debate e da educação. “A guerra é barbárie, irracionalidade, é o total oposto à política e à democracia. A dor do holocausto não é somente da comunidade judaica, é de toda a humanidade. A pessoa que não toma para si essa visão, está completamente fora do padrão de alguém que se importa com o próximo”, resumiu Tarso.

Entre os demais assuntos abordados, estiveram o surgimento de novas lideranças políticas no Brasil. Para Tarso, há um grande desgaste na esfera política, em função da visão das pessoas de que todos que se envolvem na política buscam benefício próprio. “Mas isso é algo histórico, há um jogo de interesses globais. Os partidos que surgiram da dissolução dos partidos “antigos”, na verdade não trouxeram nada de novo. Por isso vemos que os nomes que seguem “em alta” geralmente são já conhecidos. Mas são mudanças lentas, o Brasil tem condições de fazer isso, temos talentos extraordinário”, resumiu.

Na esfera da política, também foi tratado sobre os movimentos originados em 2013 que culminaram na acentuação da polarização política no país e a reestruturação da esquerda brasileira. Por fim, o presidente da FIRS perguntou ao político como gostaria de ser lembrado, em sua trajetória. “Minha marca é de um político utópico, devotado à transformação social. O fato de ser respeitado por pessoas de centro-direita comprova isso. Nunca fui ofendido por nenhuma pessoa decente na área da política e deixei um rastro de ações que ficarão para a história, como o ProUni. Além disso, me orgulho de não ter nenhuma acusação de corrupção contra mim”, resumiu o político. O encontro pode ser conferido no YouTube da FIRS.