O Hospital Moinhos de Vento passou a oferecer aos pacientes com COVID-19 o tratamento com o único antiviral disponível até o momento com indicação para a doença — o remdesivir. O medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela agência federal de saúde dos EUA, FDA (Food and Drug Administration). Ele será administrado na forma intravenosa em pacientes internados, pois seu uso e venda são restritos a hospitais. A aplicação varia de cinco a dez dias.
Com o nome registrado de Veklury, o remdesivir foi desenvolvido para combater a ação de vírus como o Ebola, mas passou a ser considerado para tratar a COVID-19. É produzido pelo laboratório Gilead Sciences na América do Norte, na Ásia e na Europa, e será oferecido a pacientes hospitalizados para tratamento particular. O medicamento foi testado na terapia com pacientes em instituições de saúde nos Estados Unidos e teve seu uso autorizado por entidades sanitárias em mais de 20 países como Argentina, Índia, Israel, Japão, Rússia, Coreia do Sul e Canadá.
De acordo com o médico intensivista do Hospital Moinhos Regis Goulart Rosa, membro do projeto Coalizão COVID Brasil, estudos com o medicamento mostraram a recuperação mais rápida dos pacientes internados — foram dez dias, contra os 15 dias daqueles que não receberam. No entanto, assinala, mesmo que uma pessoa tenha sido tratada com o remdesivir, ela deve ser vacinada.
No Brasil, a Anvisa autorizou o uso para adultos e adolescentes com idade igual ou superior a 12 anos e peso mínimo de 40 kg. O paciente deve ter desenvolvido pneumonia grave provocada pelo SARS-CoV-2, precisar de oxigenação suplementar de baixo ou alto fluxo ou outra ventilação não invasiva. O remédio não deve ser usado em pessoas que foram intubadas. O medicamento já está disponível no Moinhos.
O superintendente médico do Hospital Moinhos, Luiz Antônio Nasi, ressalta o pioneirismo da instituição ao oferecer o medicamento. Ele acrescenta que o remdesivir teve seu uso aprovado nos Estados Unidos ainda no ano passado e vem sendo amplamente utilizado nos hospitais norte-americanos. O antiviral tem recebido atenção no mundo inteiro na terapia de casos graves de COVID-19, com estudos que indicam uma redução no tempo de hospitalização. “É um importante auxílio no enfrentamento da situação que estamos vivendo”, destaca.