O governo federal vai retomar na próxima semana o processo de construção da usina nuclear Angra 3, no litoral fluminense, com a abertura das propostas das empresas interessadas em participar da obra. No total, 18 grupos compraram o edital e visitaram o local onde serão construídos os dois prédios da unidade – um para abrigar o reator (cúpula) e um segundo de uso auxiliar. Os investimentos totais devem chegar a R$ 15 bilhões.
A previsão é que as obras sejam iniciadas em junho, divididas em duas fases. A primeira deve ir até 2023 e a segunda fase, com a instalação do reator, até 2026. O governo decidiu antecipar a compra de alguns componentes que têm longo prazo de fornecimento, como um simulador que vai possibilitar o licenciamento dos operadores da usina. “Angra 3 vai ter uma instrumentação e um controle digital, diferente do de Angra 2. Você precisa ter um simulador para formar os operadores, qualificar e licenciar. Isso tem de ser feito bem antes de 2026, deve ocorrer em 2024”, afirmou o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
Angra 3 é o maior empreendimento previsto para o Brasil neste ano. Desde sua primeira tentativa de retomada, em 2010 – suspensa em 2015 pelos desdobramentos da Operação Lava Jato –, reabriu a discussão sobre a necessidade de se expandir a geração nuclear no País, tema que tem argumentos sólidos tanto contra como a favor. Para os defensores da tecnologia, a energia nuclear é uma fonte de energia limpa, com grande fator de capacidade (geração de energia), e pode ser implantada próxima aos centros de consumo.
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