Porto Alegre, segunda, 21 de outubro de 2024
img

A dura batalha entre Lula e Bolsonaro pelo coração (e o voto) dos evangélicos em 2022; El País

Detalhes Notícia
Pesquisas mostram que o presidente perde apoio mesmo no setor tido como a mais fiel a ele, mas ainda mantém influência. “Bolsonaro pode até aumentar o Bolsa Família, mas quem criou foi Lula”, diz uma eleitora evangélica. Kaiala dos Santos, de 25 anos, com duas filhas. Evangélica, ela se diz decepcionada com a gestão de Bolsonaro na condução da pandemia.TONI PIRES

 

 

“Rezo todo dia para Bolsonaro. Essa pandemia não tem nada a ver com o Governo, e quando ela veio achamos que era coisa do apocalipse”, afirma uma mulher, que não quis se identificar, na saída de um culto evangélico na Baixada do Glicério, região central da cidade de São Paulo. Em tom elogioso, diz que o presidente Jair Bolsonaro é evangélico —na verdade, ele é batizado na Igreja Católica, e foi rebatizado em 2016 no rio Jordão, em Israel, por um pastor evangélico, sem negar o batismo anterior— e afirma que compartilha dos mesmos valores que ela. Uma amiga ao seu lado escuta atentamente e concorda. Mas, no final, afirma: “No ano que vem voto em Lula.”

Essas falas, às vezes contraditórias e que se inclinam para dois espectros políticos radicalmente opostos, não são isoladas. A pouco mais de um ano das eleições de 2022, a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Planalto —após a queda de suas condenações por corrupção no Supremo— ameaça Jair Bolsonaro (sem partido) até mesmo no setor tido como o mais fiel ao atual mandatário: o eleitorado evangélico. Eles são cerca de 30% dos mais de 210 milhões de brasileiros. Em 2018, 70% dessa fatia da população entregou seu voto ao candidato de ultradireita, que levou o debate político para o campo da moral durante a campanha, centrando seu discurso nos valores da família cristã conservadora em detrimento de uma esquerda engajada nos direitos das minorias.

Leia mais em El País