O deputado Tiago Simon classificou como um retrocesso histórico e um desserviço ao Rio Grande do Sul o Projeto de Lei 260/2020 que define as normas de controle dos agrotóxicos no estado do Rio Grande do Sul. Pela proposta do Poder Executivo, a proibição de uso nos países de origem deixa de ser critério para a distribuição e comercialização de agrotóxicos no Estado. A permissão ficará condicionada apenas ao registro nos órgãos competentes no Brasil.
Tiago Simon lembrou que é de sua autoria a lei da alimentação saudável, instituída no Rio Grande do Sul. E da tribuna da Assembleia, o parlamentar defendeu um estudo mais aprofundado para saber quais são os princípios ativos e os agrotóxicos que serão liberados. E questionou: Se os próprios países de origem não autorizam o uso desses agrotóxicos em suas terras, porque nós vamos autorizar? Quero que alguém me explique isso.
Tiago Simon fez questão de destacar seu respeito e seu apoio ao trabalho dos produtores rurais, do agronegócio. “Se em um setor que cresceu e vem aumentando sua produtividade nos últimos anos, esse segmento é do agronegócio. Mas o debate aqui não é ser contra ou favor simplesmente, mas me sinto na obrigação de fazer esse alerta, de chamar atenção para o perigo que os agrotóxicos oferecem à vida das pessoas. E são muitos os dados oficiais e estatísticas que comprovam isso”, observou Tiago Simon.
O deputado Simon citou a Organização Mundial de Saúde – OMS, revelando que as intoxicações agudas por agrotóxicos são da ordem de 3 milhões anuais, com 2,1 milhões de casos só nos países em desenvolvimento. “No Rio Grande do Sul, por exemplo, o câncer passou a ser a primeira causa de morte em 140 municípios. Isso ocorreu logo depois que as lavouras do Estado receberam cerca de 100 mil toneladas de veneno, entre os anos de 2012 e 2014”, lamentou o deputado Tiago Simon, voltando a divulgar estudos da OMS em que 80% dos casos de câncer no mundo, vem da exposição aos agentes químicos.
