Porto Alegre, quinta, 18 de abril de 2024
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Vacinação: uma história de desconfiança que existe há mais de 200 anos na França; RFI

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Manifestantes contra a política de vacinas na França contra a Covid-19. Paris, 24 de julho de 2021. REUTERS - BENOIT TESSIER

 

 

No Facebook, diversos internautas franceses adornam sua foto de perfil com um banner que diz “Não ao passaporte sanitário, não à vacina, continuo livre”. Desde o início da campanha da vacinação contra a Covid-19 na França, diversos apelos à desconfiança, ou mesmo ao boicote, floresceram nas redes sociais francesas, e mesmo na boca de alguns cientistas. Embora esteja particularmente visível neste momento, a desconfiança vacinal no país de Pasteur está longe de ser uma história nova.

A primeira resistência à vacinação na França remonta à invenção da própria vacina, explica Patrick Zylberman, professor emérito de história da saúde da EHESP. Os principais motivos de oposição não foram médicos, mas teológicos. “A primeira vacinação não foi, de fato, nada muito científico: em maio de 1796, um médico rural inglês, Edward Jenner, descobriu que era possível prevenir a varíola inoculando uma doença relacionada, mas benigna, a “vacina das vacas”. O processo é rudimentar: Jenner tira o pus dos animais infectados e coloca numa incisão que faz na pessoa a ser imunizada.

Historicamente, se o método se mostrava eficaz, ele rapidamente suscitava protestos. Para alguns religiosos, proteger-se desta forma de uma doença equivalia a desprezar a Providência divina e a se colocar “acima de Deus”. Para outros, a mistura de fluidos entre animais e humanos contradiz o equilíbrio do corpo e o enfraquece. Pior, era “um ato artificial e imoral” que perverte “a ordem da natureza”.

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