O ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) decidiu se afastar do presidente Jair Bolsonaro por causa do mesmo drama vivido por mais de meio milhão de famílias brasileiras. A morte prematura de Mirta, esposa do ex-parlamentar, aos 56 anos, por complicações causadas pela covid-19, estremeceu uma amizade de quatro décadas e distanciou a família Fraga do bolsonarismo. O caçula do casal, de 20 anos, estudante de medicina, atribui ao presidente a responsabilidade. “Esses dias corrigi meu filho: ‘você não deve fazer isso, você não pode culpá-lo pela morte da sua mãe’. Lá em casa todo mundo era ‘Bolsonaro doente’”, contou o policial militar aposentado.
Crítico da maneira como o presidente enfrenta a pandemia, Fraga se ressente do tratamento dispensado pelo amigo na maior perda de sua vida e chegou a bloquear o presidente no WhatsApp. “Não consigo entender essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas”, afirmou.
A boa relação surgiu ainda nos anos 1980, nos tempos da Escola de Educação Física do Exército, no Rio. Depois, foi cultivada no plenário da Câmara, onde ambos sentavam lado a lado, e no Palácio da Alvorada. Eles se encontravam com frequência na residência oficial. Agora não se falam mais. É mais um aliado de primeira hora a se afastar de Bolsonaro.
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