Ministros do governo e líderes da base aliada montaram uma força-tarefa em busca de apoio para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a regra de pagamento de precatórios, prevista para ser votada amanhã. Com isso, eles trabalham para evitar uma derrota que poderia atingir ao mesmo tempo o Palácio do Planalto — interessado em ganhar fôlego orçamentário para financiar o Auxílio Brasil durante o ano eleitoral — e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que teria sua posição de articulador dominante no plenário mais contestada após derrotas recentes. Parlamentares relataram ao GLOBO terem ouvido ameaças de não pagamento de emendas para quem se ausentar da sessão.
Os titulares da Casa Civil, Ciro Nogueira; da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; e do Ministério da Cidadania, João Roma (Cidadania), tentam mobilizar as principais lideranças da Casa para convocarem suas bancadas a irem a Brasília. Nogueira disse a pessoas próximas que conta com a pressão de prefeitos sobre parlamentares de esquerda, contrários ao texto.
Na semana passada, a análise do projeto foi adiada por falta de quórum. Na ocasião, apenas 450 dos 513 deputados marcaram presença. Um dos complicadores para o sucesso da empreitada é a insatisfação com os métodos do Executivo. A resistência está, sobretudo, na ala que não recebeu emendas, já distribuídas aos parlamentares mais ligados ao Planalto.
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