Se a 67ª Feira do Livro de Porto Alegre representou, na visão do seu patrono Fabrício Carpinejar, uma espécie de “fisioterapia social” para quem estava com saudade de confraternizar pessoalmente por entre as bancas, o balanço de vendas desta edição pode ser considerado uma metafórica musculação para a economia local. De acordo com levantamento feito pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), as barracas presenciais registraram um aumento de 15% nas vendas em comparação proporcional com 2019. Há dois anos, a Feira contou com 88 expositores, e neste, devido à pandemia, foram 56 bancas na Praça da Alfândega.
Em números brutos, isso representa cerca de R$ 3 milhões nas negociações de 149,6 mil unidades. Segundo os responsáveis pelas 56 bancas expositoras, os gêneros mais procurados foram infantil, romance e biografias. Nos saldos, a preferência foi pelas obras de literatura infantil, romance e ficção. A banca que vende as obras a serem autografadas contabilizou 3,2 mil unidades comercializadas e 614 produtos credenciados (ecobags, camisetas, canecas, estojos, marcador de livros, postais e lápis).
O evento gerou 230 empregos nas barracas (entre fixos e temporários), sendo 126 mulheres, 101 homens e 1 não-binário. A equipe envolvida na produção da Feira do Livro foi composta por 100 pessoas (40% homens e 60% mulheres). Além disso, a festa literária incrementou também as vendas dos estabelecimentos que circundam a Praça da Alfândega.
Programação online
Programação Geral da Feira, sob a curadoria de Lu Thomé, realizou 33 lives com a participação de 98 convidados. Foi mantido o foco de diversidade, inclusão e relevância dos temas, com uma maior participação de mulheres e a presença de escritoras e escritores negros – destaque para a live de abertura com a escritora norte-americana Alice Walker e mediação da jornalista Fernanda Bastos.
Outras lives que se destacaram foram a homenagem a Carolina Maria de Jesus e as participações de: Andrea Del Fuego; Eliane Marques e Luci Collin; Bernard Cornwell; Ana Claudia Quintana Arantes; Christian Dunker e Claudio Thebas, e Djamila Ribeiro
Sabemos que, neste ano, a Feira presencial teve um fluxo constante de leitores. Por este motivo, a audiência das lives se concentrou no pós-evento. Mesmo assim, mais de 1,3 mil pessoas acompanharam ao vivo as lives da Programação Geral. E, até o dia 14 de novembro, as lives totalizaram 8.577 visualizações com 595 horas de reprodução.
Programação Infantil
Em sua 67ª edição, a Feira do Livro de Porto Alegre ofereceu uma intensa programação para a primeira infância no espaço Floresta Encantada Petrobras, graças ao edital Petrobras Cultural para Crianças – Feiras e Ações Literárias, cujo projeto da Câmara Rio-Grandense do Livro foi contemplado.
Durante o evento, ocorreram, 16 espetáculos de teatro de bonecos ou de palco, um espetáculo de mágica e 90 sessões de contação de histórias. As atividades tiveram transmissão on-line pelo YouTube para ampliar seu alcance.
No entanto, devido à imensa dificuldade enfrentada para viabilizar a Feira este ano, não foi possível à comissão organizadora realizar os tradicionais encontros para alunos do Ensino Básico, o que certamente será revertido em 2022.
Internet
A Feira também ganhou mais de 10 mil novos seguidores nas redes sociais durante a edição 2021 e 127 mil acessos no site desde a coletiva de lançamento do evento (27/09).
Prevenção à Covid-19
Em época de pandemia, o protocolo sanitário foi seguido de forma rigorosa. Para isso, a Feira disponibilizou 170 litros de álcool-gel e distribuiu 300 máscaras para quem foi pego desprevenido.
Alimentação
O Sebrae patrocinou integralmente toda a parte de alimentação da Feira, que teve um excelente retorno. Durante os 17 dias de evento, foram vendidas mais de 10 mil garrafas de bebidas não alcoólicas; 850 litros de chope e cerveja; 17 mil sacos de pipoca; 4,5 mil unidades de churros e 1,5 mil picolés.