Porto Alegre, sábado, 18 de maio de 2024
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Fux: ‘STF não irá introjetar valores evangélicos extremos nas decisões’; O Estado de São Paulo

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Em Washington, presidente da Corte diz que novo ministro André Mendonça saberá zelar pela Constituição brasileira. Fux e Mendonça se reuniram logo após confirmação da indicação; posse está marcada para o dia 16. Foto: Rosinei Coutinho/STF

 

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, garante que a Corte irá manter o respeito pelo Estado laico, tendo um ou mais ministros evangélicos na sua composição. Segundo ele, o mais novo integrante do Tribunal, o ex-advogado-geral da União e pastor presbiteriano André Mendonça, saberá respeitar a separação entre Estado e religião ao vestir a toga. “Ele tem meritocracia para estar no Supremo e está ciente de que a Corte obedece à laicidade do Estado e não irá introjetar valores evangélicos extremos nas decisões”, disse Fux, em entrevista ao Estadão.

Em uma vitória do presidente Jair Bolsonaro, que cumpriu a promessa de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” e atender sua base, Mendonça teve seu nome aprovado no Senado no último dia 1º para ocupar uma vaga no Supremo, onde permanecerá por quase três décadas. A indicação foi referendada por 47 votos a 32, após resistência do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que segurou a votação por meses. A posse do novo ministro está marcada para o próximo dia 16. Após sua aprovação, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que, se reeleito em 2022, emplacará mais dois juízes evangélicos para compor o tribunal.

Para Fux, ampliar a presença de evangélicos não afetará os trabalhos da Corte. “Quando (os ministros) assumem, se tornam juízes da Constituição e terão que zelar pela Constituição. A laicidade do Estado não permite que defendam apenas valores religiosos”, afirmou. “Suponhamos que se nomeie mais dois ministros evangélicos: serão três. Aqui (nos EUA) também é assim, há os juízes republicanos e os democratas. No Brasil, os juízes evangélicos seriam minoria.”

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