É como perder a maior guerreira na batalha final, vão lamentar os que conheceram a Elza das palavras mais duras, politizada e contundente, de 2015 pra cá. Se foi a voz do samba jazz, dirão os apaixonados por sua discografia, sobretudo dos anos 60 e 70, e em especial de discos como Elza Soares, baterista: Wilson das Neves, de 1968. Ninguém pediu perdão, se lembrarão quem a viu ser massacrada em praça pública, com pedradas e xingamentos, ao ser assumida pelo jogador Garrincha.
Elza Soares ocupou um lugar superior ao de grande cantora, o que já seria muito, por sobreviver a uma vida marcada por tragédias, racismo, paixões destruídas e, em todos os sentidos, uma implacável falta. Faltou tudo a Elza Soares: família, compreensão, amigos verdadeiros, respeito. Mas não faltou voz. Quando então se tornou enorme e pode falar do alto da entidade que se tornou em vida em seus últimos anos, respondeu assim ao Estadão ao ser perguntada sobre a saída para um país conflagrado pelo ódio: “Quando soubermos que não somos nada, e que somos todos iguais, seremos mais leves, teremos mais amor e voltaremos a ter mais esperança.”
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