Decepcionados com a aliança entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Centrão, aliados de primeira hora do chefe do Executivo têm expressado um sentimento de abandono, ao mesmo tempo em que ameaçam fazer barulho nas próximas eleições, como indicam críticas recentes de ex-ministros ao governo. A dificuldade, porém, é que, sem uma nova liderança a seguir, esses personagens correm o risco de cair numa espécie de limbo político, deslocados, inclusive, dentro do próprio campo conservador.
Uma das marcas principais do atual governo é a frequência com que ministros e outros colaboradores deixam seus cargos e se tornam críticos ou desafetos de Bolsonaro, em razão das escolhas do presidente. A crescente influência do Centrão nas decisões do Planalto afastou representantes da chamada ala ideológica, do bolsonarismo raiz, que ajudaram a eleger, há quatro anos, o candidato que prometia acabar com a velha política.
Bolsonaro assumiu publicamente o toma lá, dá cá e outras práticas que dizia condenar para sobreviver politicamente, em meio a investigações incômodas, a uma avalanche de pedidos de impeachment e à perda de popularidade. Desde então, o espaço do Centrão no governo tem se ampliado. Depois de assumir o controle do Orçamento, o grupo político passou a influir, até mesmo, na formação dos palanques que o presidente ocupará nos estados durante a campanha à reeleição.
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