Porto Alegre, segunda, 06 de maio de 2024
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Sondagem Industrial registra recuo na produção em dezembro. Pesquisa da FIERGS mostra que emprego cresceu pelo 18º mês consecutivo

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Presidente da FIERGS analisa decisão do Copom. Foto: Marcos Nagelstein/Agência Preview

 

 

A Sondagem Industrial RS, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) nesta quinta-feira (27), mostrou que a produção industrial gaúcha caiu de novembro para dezembro de 2021, registrando 42,7 pontos no último mês do ano. A retração, considerada normal para o período, foi a segunda no ano e a terceira em 19 meses, interrompendo sete meses seguidos de alta, mas foi menos intensa que a esperada (média histórica do mês de 39,5 pontos). O emprego, mais uma vez, contrariou a sazonalidade negativa e cresceu pelo 18º mês consecutivo, mas no menor ritmo desse período. O índice registrou 50,7 pontos em dezembro. Já a utilização da capacidade instalada (UCI) também caiu (70,0% contra 75,0% em novembro), mas ficou 2,1 pontos percentuais acima da média histórica de dezembro. “A queda na produção, natural para o período, foi menor que a esperada, apesar das incertezas. A sequência do crescimento no emprego também mostra que a perspectiva é de aquecimento da economia”, afirmou o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Os índices da Sondagem variam de zero a 100 pontos, e acima de 50, denotam crescimento ante o mês anterior.  A utilização da capacidade instalada (UCI) em relação à usual fechou dezembro em 46,3 pontos, abaixo do nível frequente.

Dezembro foi o terceiro mês seguido em que a indústria gaúcha acumulou estoques comparado ao planejado, chegando a 51,6 pontos, ultrapassando o nível esperado pelas empresas (50 pontos). O excesso de estoques nos últimos meses pode indicar menos restrições nas cadeias de suprimentos, mas também demanda menor da prevista pelas empresas, o que seria uma sinalização negativa para a produção industrial futura.

Trimestre – Os principais problemas enfrentados pela indústria gaúcha no último trimestre de 2021 continuaram os mesmos do anterior. A falta ou alto custo da matéria-prima continuou sendo, de longe, o maior obstáculo enfrentado, completando o sexto trimestre seguido no topo do ranking. O problema, porém, vem diminuindo lentamente de intensidade: 67,3% das assinalações no quarto trimestre de 2021 ante 70,0% no terceiro e 75,1% no segundo. A elevada carga tributária (40,9%) manteve a segunda posição, e a taxa de câmbio (25,5%) voltou a ser a terceira. A demanda interna insuficiente é o quarto entrave, escolhida por 20,2% dos empresários e a falta ou o alto custo da energia elétrica chegou a 16,4%.

A Sondagem Industrial RS mostrou que a avaliação das empresas sobre as condições financeiras melhorou na passagem do terceiro trimestre para os últimos três meses de 2021. Os índices de satisfação aumentaram e ficaram acima dos 50 pontos: o relativo às margens de lucro operacional, de 47,0 para 50,4 pontos, e o referente à situação financeira, de 52,3 para 53,7 pontos. Isso indica que os empresários encerraram o ano passado satisfeitos com as margens de lucro e considerando boas as condições financeiras das empresas. A melhora se deve à desaceleração na alta dos custos de produção, sugerida pelo recuo do índice de evolução dos preços das matérias-primas de 74,6 para 69,4 pontos no período. As empresas consideraram o acesso ao crédito tão difícil no último trimestre de 2021 (43,0 pontos) quanto no anterior (42,8 pontos).

Expectativas – Os empresários industriais gaúchos iniciaram o ano mais otimistas, projetando crescimento nos próximos seis meses. Os índices de demanda e de exportações foram, respectivamente, de 56,1 e 57,4 pontos em janeiro. Nesse cenário, as empresas planejam aumentar o número de empregados, índice de 54,5 pontos e as compras de matérias-primas, índice de 56,2 pontos. E o índice de intenção de investimento, apesar de ter caído 1,5 ponto em relação a dezembro, os 58,4 pontos de janeiro ainda estão 7,9 pontos acima da média histórica, sinalizando que a intenção de investir segue elevada.  No primeiro mês do ano, 63,7% das empresas demonstravam disposição para realizar investimentos nos seis meses seguintes.