Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Em depoimento sobre milícias digitais, Heleno disse ter sido informado por grupo extremista de intenções contra o STF; O Estado de São Paulo

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Ministro-militar declarou ter mantido contato temporário com integrantes do 300 do Brasil porque 'vislumbrava possibilidade de conflito'. O ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, conversa com o presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto. Foto: Dida Sampaio / Estadão

Um relatório da Polícia Federal (PF) disponibilizado nesta quinta-feira, 10, conta com depoimento do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Augusto Heleno, no qual ele declara ter realizado ao menos uma reunião com o grupo extremista 300 do Brasil, que já protagonizou ataques com fogos de artifício à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), além de ter designado um funcionário do seu gabinete para atuar como interlocutor do governo junto aos militantes. Durante a oitiva, em dezembro do ano passado, o ministro-militar disse ter mantido contato temporário com os ativistas porque “vislumbrava possibilidade de conflito”.

As declarações de Heleno foram colhidas pela delegada da PF Denisse Dias Rosas no âmbito do inquérito das milícias digitais em curso no STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. As provas reunidas até o momento e o relatório da investigação foram disponibilizados na noite desta quinta-feira, 10, ao magistrado para que dê encaminhamentos.

Segundo Heleno, as “ações hostis” dos 300 do Brasil “contra jornalistas que acompanhavam o dia a dia do presidente” não eram de interesse do governo. O ministro disse então ter decidido promover uma reunião em seu gabinete no GSI para mitigar tais atos. No encontro, que durou aproximadamente uma hora, os militantes teriam mencionado o interesse em adotar “posturas contra o STF”, mas o general disse à PF ter desaconselhado qualquer tipo de ação contra a instituição.

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