A mobilização dos caminhoneiros que paralisou a capital canadense nos últimos dias começa a ganhar versões em outros países. Na França, milhares de caminhões se preparam para invadir Paris durante um protesto neste sábado (12), apesar da proibição das autoridades. O movimento também conta adeptos na Holanda, Bélgica e Alemanha e promete se reunir na segunda-feira (14) em Bruxelas, a capital europeia.
Como no Canadá, os caminhoneiros franceses contestam as medidas sanitárias em vigor, que obrigam a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 e atrapalham suas atividades. Mas eles também criticam o aumento do preço dos combustíveis, a alta das tarifas de gás e eletricidade e, de forma mais ampla, a queda do poder aquisitivo.
Uma particularidade do Comboio da Liberdade francês é que os participantes vêm de todos os lados do tabuleiro político. Há desde militantes de esquerda até membros da extrema direita. Além disso, alguns dos organizadores são os mesmos que, em 2018, orquestraram a mobilização dos “coletes amarelos”, movimento que também tinha como alvo a queda do poder aquisitivo e que durou semanas, com protestos às vezes violentos e confrontos com a polícia.
Diante desse contexto, o governo francês está em alerta. As equipes de Emmanuel Macron querem evitar que, a menos de dois meses da eleição presidencial, uma versão 2022 dos “coletes amarelos” atrapalhe o pleito, paralisando o país e criticando o governo.
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