No dia seguinte ao Festival da Ovelha, banhistas de Atlântida, no Rio Grande do Sul, divertiam-se fazendo churrasco na areia da praia. Cena inusual, digna de curiosidade e elogio. Mas o dono de uma das barracas reagiu mal, ao ver que a curiosa era de Brasília: “Sai ‘pra’ lá! Vai comer churrasco com o Lula!”
Isso mostra várias coisas: a politização de tudo, a grosseria de certos bolsonaristas, a força do “mito” no Sul e que, se adversários acham que o presidente Jair Bolsonaro já perdeu, estão enganados. Assim como o trumpismo nos EUA, o bolsonarismo está enraizado no Brasil.
Quem vai ao Rio se depara com a bandeira brasileira em casas, apartamentos e negócios da zona norte, da zona sul, da região dos Lagos, com o uso irritante dos símbolos nacionais na campanha de Bolsonaro, que tem base eleitoral no Estado. E quem tem endereço ou família no Centro-Oeste ou no interior – de Minas, por exemplo –, testemunha com espanto, ou medo, o quanto o bolsonarismo “pegou”.
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