A sete meses das eleições, o engajamento de jovens de 16 e 17 anos é o mais baixo já registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Até o fim de janeiro, 731 mil cidadãos dessa faixa etária, para a qual o voto é facultativo, tinham se cadastrado como eleitores. As inscrições seguem abertas até 4 de maio, mas, hoje, esse número representa cerca de 10% dos menores de idade aptos a votar e pouco menos de um quarto do total que foi às urnas três décadas atrás.
Aos 16 anos, Antônio Lacerda resume esse desinteresse pelas eleições e a desilusão com a política. “Estudar é muito mais recompensador do que ler o projeto dos candidatos, sabendo que, no fim, tudo pode não ter passado de fachada”, disse o estudante, morador de Cruzeiro (SP). “Minha única ligação com a política foi escutar na família como o candidato X roubou e como o Y foi bom. Não acho essa fonte tão confiável.”
Todo esse desânimo tem crescido a despeito dos esforços do TSE. Desde 2020, a Corte vem promovendo ações para incentivar a participação de jovens na política. Nas últimas eleições municipais, o tribunal lançou uma campanha para que cidadãos de 15 a 25 anos gravassem vídeos com sugestões de como melhorar suas cidades. A ideia era aumentar o número de votantes menores de 18 anos que, na época, foi de 914 mil.
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