Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Endividamento no Simples Nacional e saídas de aplicativos de delivery preocupam setor de Alimentação Fora do Lar

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“A situação do Simples acaba sendo uma das maiores preocupações, pois muitos não tem mais ao que recorrer para manter seus negócios. O endividamento já está posto e isso fragiliza muito o setor.”, diz Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel no RS. Foto: Ricardo Giusti

 

Em um cenário de incertezas, os bares e restaurantes gaúchos ainda seguem na busca pela retomada econômica após dois anos de pandemia. De acordo com pesquisa recente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel), 34% dos estabelecimentos fecharam fevereiro com prejuízo. Apesar do índice ser melhor na comparação com janeiro e a média nacional, a situação segue delicada para uma parte do setor de Alimentação Fora do Lar que possui parcelas do Simples Nacional em atraso e convive com a escassez de opções de aplicativos para entrega de comida.

Quase metade dos estabelecimentos estão com atraso no Simples e destes, 22% afirmam que não tem como resolver as pendências até 29 de abril, prazo para aderir ao Programa de Reescalonamento de Débitos (RELP), o novo REFIS.

“A situação do Simples acaba sendo uma das maiores preocupações, pois muitos não tem mais ao que recorrer para manter seus negócios. O endividamento já está posto e isso fragiliza muito o setor. Nós sofremos muito com a pandemia e nessa linha veio a inflação, aumento do combustível, os empréstimos que precisam ser pagos e negociações com fornecedores”, detalha Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel no RS.

Com a recente saída do Uber Eats do mercado de aplicativos de entrega de comida, o cenário ficou ainda mais complicado. Dois terços dos estabelecimentos gaúchos utilizam delivery, sendo que 41% começou depois do início da pandemia. Nas preferências dos empresários, 73% utilizam as plataformas para este serviço, com o iFood na posição de extrema dominância e ganhando mais força ainda com o encerramento das atividades do concorrente.

“Infelizmente, ainda são muitos trabalhando no prejuízo e lutando com as vendas de delivery através de um único aplicativo, visto que a saída da Uber Eats concentrou o poder na mão de uma única plataforma”, explica a presidente da Abrasel no RS.

Confira os dados da pesquisa realizada pela Abrasel:

– 34% dos estabelecimentos fecharam o mês de janeiro no prejuízo. Média nacional é de 38%. O faturamento foi melhor na comparação com o mês de janeiro quando 60% dos entrevistados disseram ter fechado no vermelho.

– Apesar do alto índice de bares e restaurantes no prejuízo, 51% afirmam ter obtido resultado melhor em fevereiro de 2022 em comparação com fevereiro de 2021.

– 68% fazem delivery, 24% não fazem e outros 8% já fizeram, mas deixaram de ter o serviço. Entre os estabelecimentos que têm delivery, 41% passaram a fazer entregas após o começo da pandemia

– 73% dos estabelecimentos usam plataforma de entrega, como os aplicativos, para tal serviço. Destes, 91% disseram que utilizam o iFood, o que demonstra a posição de dominância da empresa no mercado. 19% dos bares e restaurantes vendiam pelo Uber Eats até a saída do aplicativo do país.

– 47% têm parcelas do Simples Nacional em atrasos. Destes, 22% dizem não ter como resolver as pendências até 29 de abril, prazo para aderir ao RELP.