Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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RS: Economia Criativa é responsável por um a cada quatro postos de trabalho de Porto Alegre, aponta estudo

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Palestra Potenciais Criativos Porto Alegre Foto: Rafael Varela

A chamada Economia Criativa, que reúne setores vinculados à cultura, criatividade, conhecimento e inovação, é responsável por 24,7% dos postos de trabalho gerados em Porto Alegre. Os números da capital são abordados em estudo inédito divulgado nesta terça-feira (26/4), durante a palestra “Potenciais Criativos – Caso Porto Alegre”, realizada na Casa de Cultura Mario Quintana – instituição vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac).

A atividade integra o 2º Circuito RS Criativo, projeto de capacitação para empreendedores criativos. A mediação ficou por conta da coordenadora do RS Criativo – programa estratégico coordenado pela Sedac –, Carolina Biberg.  Clique aqui para assistir à transmissão.

Somando os empregos formais representados pelas atividades dos Microempreendedores Individuais (MEIs) que atuam na área, a capital gaúcha conta com 125.631 postos de trabalho relacionados com a Economia Criativa. O levantamento leva em conta um conjunto de 92 atividades vinculadas a oito segmentos da economia gaúcha, com destaque para áreas como Arquitetura, Design e Moda, TI e Software, Publicidade, Artes Visuais, Audiovisual e setores ligados ao Mercado Editorial, Pesquisa e Patrimônio.

Em uma área conhecida pelo alto nível de informalidade, a Economia Criativa representa 11,8% dos empregos formais gerados na maior cidade do Rio Grande do Sul, com um total de 100.685 postos. A maior parcela dos empregos é registrada no grupo de Arquitetura, Design e Moda (34,9% do total), seguido da área de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino Superior (26,4%) e TI e Software (16,9%). Somados, os três setores representam quase 80% dos empregos formais na área criativa.

Trabalho conjunto

Palestra Potenciais Criativos Foto: Rafael Varela

Produzido a partir de uma parceria entre a Sedac, a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e a Prefeitura de Porto Alegre, o estudo levantou elementos para a análise da Economia Criativa no município. O material da capital gaúcha é o primeiro produto desenvolvido a partir de uma metodologia criada pelo Grupo de Trabalho (GT) INOVA-RS, formado pelas equipes técnicas da SPGG, por meio do Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Sedac, por meio do programa RS Criativo, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), da Prefeitura de Porto Alegre e da Universidade Feevale.

Com a colaboração de pesquisadores de todo o Brasil, o GT iniciou os trabalhos em março de 2021 e liderou a elaboração do método que vai auxiliar a medir os potenciais criativos nos municípios, etapa importante para a formulação de políticas públicas de fomento à área, um dos objetivos do RS Criativo.

“Para que a Economia Criativa se fortaleça e cresça ainda mais no Rio Grande do Sul, é preciso conhecer a realidade atual de forma a oferecer oportunidades de capacitação e recursos de fomento que sejam adequados a cada localidade. Nesse sentido, a Sedac se associa às instituições estaduais, municipais e universitárias que estão colaborando para levar a metodologia da pesquisa-piloto realizada em Porto Alegre a todas as regiões do estado. É mais um passo importante para inovar e avançar na cultura”, destaca a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.

Beatriz também aponta a importância dos estudos para traçar novas perspectivas de futuro após a pandemia. “Muitas foram as dificuldades, mas estamos vivenciando um novo momento. Isso dá ânimo para que possamos seguir com o nosso trabalho, criando possibilidades para que os governos, a educação e o mercado possam atuar em prol do desenvolvimento da Economia Criativa no Rio Grande do Sul.”

Porto Alegre

Responsável por 13,9% dos empregos com carteira assinada do RS, Porto Alegre concentra, conforme o estudo, um em cada quatro dos empregos criativos do estado. Em relação aos empreendimentos criativos, um em cada cinco se situa na Capital. Quanto ao número de empresas, as atividades ligadas à Economia Criativa em Porto Alegre correspondiam a 14,0% do total de empreendimentos da cidade em 2019, conforme o Cadastro de Empresas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, eram 11.747 empreendimentos do segmento na Capital, sendo 34,3% desses no grupo de Arquitetura, Design e Moda e 19,8% em TI e Software.

Em termos de arrecadação, considerados impostos estaduais e municipais, a Economia Criativa gerou em 2020 cerca de R$ 400 milhões aos cofres públicos. O estudo do DEE/SPGG indica ainda que 88,3% dos empreendimentos da Economia Criativa de Porto Alegre são registrados como Microempresas, Empresas de Pequeno Porte ou MEIs e, em média, cada empreendimento deste gera 7,5 postos de trabalho.

Quanto à remuneração, a média dos rendimentos dos trabalhadores assalariados nos distintos setores da Economia Criativa era, em 2019, de R$ 3.471,00 em Porto Alegre, acima dos R$ 2.556,00 identificados pelo IBGE como a média dos trabalhadores com carteira assinada da Região Metropolitana no mesmo ano. Entre os segmentos, o destaque em termos de salário é do grupo Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino Superior (R$ 5.938,00), seguido de TI e Software (R$ 4.231,00), tendo o setor de Publicação, Editoração e Mídia (R$ 2061,00) registros abaixo da média.

No ranking nacional, Porto Alegre está na sexta posição entre as capitais em termos do número de empresas e de postos de trabalho na Economia Criativa, numa lista liderada por São Paulo e Rio de Janeiro, polos de grande concentração do setor cultural no país.

Essa concentração, conforme o estudo, é uma das explicações para outro fenômeno registrado na capital gaúcha, que é o da constante perda de trabalhadores para cidades do centro do país.

“Nossa capacidade de formação de bons profissionais, tanto pela formação acadêmica como pela experiência em um setor diversificado e qualificado, não é sustentada por uma estrutura remuneratória condizente, o que leva a uma constante perda de mão de obra qualificada, especialmente para empresas do eixo Rio-São Paulo”, destaca o pesquisador do DEE/SPGG Tarson Núñez, um dos responsáveis pelo estudo.

Acesse aqui a apresentação completa.