As mudanças feitas no teto de gastos, no fim do ano passado, minaram a credibilidade da política fiscal do atual governo, de acordo com Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e ex-secretário da Fazenda e do Planejamento do estado de São Paulo, hoje coordenador do programa econômico do pré-candidato João Doria (PSDB), ex-governador paulista.
“Não desestruturou o teto. Desestruturou a política fiscal”, afirma Meirelles, que liderou a equipe responsável pela elaboração da emenda constitucional que criou a regra, em 2016, ao ser questionado sobre a antecipação da modificação orquestrada pelo governo e aliados no cálculo no teto. A alteração deveria ocorrer apenas em 2026, e, combinada com a pedalada dos precatórios previstos neste ano, abriu mais de R$ 100 bilhões de espaço para gastos em ano eleitoral.
Para ele, a política fiscal foi desmoralizada e a inflação está mascarando a realidade, apesar de a equipe econômica e o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, insistirem no discurso de que o governo não abandonou o caminho da consolidação fiscal.
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