Dois recentes episódios – a exclusão do país em mais uma cúpula do G7 e a ideia de uma comitiva para visitar Putin – ilustram como o atual governo acumula descrédito internacional e se isola no mundo, de acordo com especialistas ouvidos pela RFI.
Vista mais como publicidade do que política diplomática séria, a aventada comitiva de presidentes para visitar Vladimir Putin em meio à guerra não tem até aqui elementos para ganhar corpo e fazer diferença nos esforços para o fim do conflito. Especialistas ouvidos pela RFI disseram que a ideia que Jair Bolsonaro sugeriu à chancelaria turca retrata o personalismo do presidente brasileiro, de olho nas eleições, e a falta de conhecimento das estratégias diplomáticas.
“Infringe uma das mais elementares regras do procedimento diplomático que é a discrição e o sigilo. Se ele quer mesmo desempenhar algum papel de mediador deveria fazer com discrição”, afirmou à RFI William Gonçalves, professor de relações internacionais da UFRJ. “E a partir do momento que ele se pronuncia dessa maneira, propondo a visita a um presidente, também está tomando partido e assim invalidando sua atuação. É no mínimo contraproducente.”
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