Formada por cantores da cena lírica gaúcha, a recém-criada Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors) já está pronta para apresentar ao público gaúcho o primeiro título oficial da temporada: Cavalleria Rusticana (1890), obra-prima do compositor italiano Pietro Mascagni (1863-1945). A ópera, com 1h15min de duração e totalmente legendada, será apresentada nos próximos dias 5, 7 e 8 de maio, em Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo.
Embora a história de ciúmes, traição e morte se passe originalmente em uma aldeia do Sul da Itália, a montagem pensada pelo diretor cênico Flávio Leite pretende explorar o caráter atemporal da trama. “Estamos diante de um drama presente nas relações humanas de qualquer época ou lugar”, esclarece. Por isso, diz, a encenação será visualmente limpa, com elementos cênicos pontuais que assumirão papeis diferentes ao longo da narrativa. “Queremos evidenciar, sobretudo, as relações humanas que se estabelecem entre os personagens. O verismo traz essa característica do texto muito mais próximo da fala, com discurso mais reto e similar ao teatro de prosa”, explica o diretor.
Acompanhado ao piano por Eiko Senda – também diretora musical do espetáculo –, o elenco de cantores terá o tenor Lazlo Bonilla no papel de Turiddu. Já Lola será vivida pela soprano Renata Gonçalves. O baixo-barítono Daniel Germano interpretará Alfio, o soprano Rosimari Oliveira encarna Santuzza e a mezzo-soprano Angela Diel será Mamma Lucia. A montagem também terá a participação do coro Provox, de Porto Alegre, com preparação da soprano Elisa Machado. Além disso, Rodrigo Shalako fará contribuições cenográficas, e a iluminação será de Veridiana Mendes. Já os figurinos serão criados pelos próprios integrantes da Companhia.
A trama
A trama de Cavalleria Rusticana se constrói a partir do amor de Santuzza pelo amante Turiddu, que, após chegar de viagem, retorna aos braços de sua antiga noiva, Lola, então já casada com Alfio. Louca de ciúmes, Santuzza conta a Alfio sobre a relação de Lola e Turiddu, gerando conflitos e desdobramentos de grande densidade dramática.
Flauta
Após a Cavalleria, a Cors já se prepara para dar início à produção de mais um título clássico: A Flauta Mágica, de Mozart, em versão dedicada ao público infantil e com direção cênica da soprano Laura de Souza. “Queremos estar nas escolas, nos espaços públicos. Afinal, ópera é para todos”, finaliza Angela Diel, uma das idealizadoras do movimento.
O quê:
Ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni
Quando:
5 de maio, 20h, no Teatro do Sesc Porto Alegre (Av. Alberto Bins, 665)
7 de maio, 20h, no Sesc Canoas, (Av. Guilherme Schell 5340)
8 de maio, 18h, no Teatro Municipal de São Leopoldo (Rua Osvaldo Aranha, 934)
Elenco:
Santuzza (Rosimari Oliveira, soprano)
Turiddu (Lazlo Bonilla, tenor)
Lola (Renata Gonçalves, soprano)
Alfio (Daniel Germano, baixo-barítono)
Mamma Lucia (Angela Diel, mezzo-soprano)
Coro Provox – preparação de Elisa Machado
Piano e Direção Musical: Eiko Senda
Direção Cênica: Flávio Leite
Execução Cenográfica: Rodrigo Shalako
Iluminação: Veridiana Mendes
Ingressos: R$ 40 inteira, R$ 20 meia-entrada, disponíveis em www.sympla.com.br