A última eleição colorada, que colocou Alessandro Barcellos na presidência e renovou 50% das cadeiras do Conselho Deliberativo no final de 2020, teve alguns problemas relevantes que podem ser indícios de fraude. Essa é a principal conclusão de uma perícia que foi feita, com autorização da Justiça, no sistema de votação usado pelo clube na eleição. O laudo foi concluído após quatro meses de trabalho e anexado na tarde de terça-feira a uma ação cautelar movida por 12 conselheiros, mas o CP teve acesso a trechos do documento.
O processo foi aberto logo depois da divulgação dos resultados, em dezembro de 2020. Um dos autores é o conselheiro José Aquino Flores de Camargo, que foi o candidato derrotado por Barcellos no segundo turno daquela eleição. Segundo o próprio Aquino, que já ocupou a presidência do Conselho Deliberativo do clube, declarou na época, a ação foi motivada por uma série de informações que colocaram em dúvida a integridade do sistema de votação.
Pelo menos em parte, tais informações foram confirmadas pelo perito nomeado pela Justiça para avaliar todo o processo. O relatório, que já está à disposição do Inter e também dos 12 autores da ação, tem 106 páginas e, por exemplo, deixa em aberto a possibilidade de robôs terem participado da votação. Isso fica evidente quando o perito afirma que um determinado associado “tentou votar várias vezes no mesmo instante, o que seria humanamente impossível”. Importante ressaltar que o trabalho do perito não aponta culpados ou responsáveis, apenas as inconsistências do processo.
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