Porto Alegre, quinta, 02 de maio de 2024
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Brasil precisa de 3/4 de energia renovável e dobrar agrofloresta para cumprir meta climática, por Emilio Sant'Anna/O Estado de S.Paulo

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Estudo mostra que País tem de evitar que 21 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente sejam despejadas no ar para atingir objetivo prometido na Cúpula do Clima. Antiga fazenda Pindamonhangaba, em São Paulo, de eucalipto se transformou em agrofloresta Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO - 20/05/2022

 

 

O Brasil precisa evitar que 21 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente sejam despejadas na atmosfera nos próximos anos. Não é pouco: representa dez vezes o total emitido no País em 2020 ou duas vezes a poluição da China naquele mesmo ano. O CO2 equivalente é uma forma de mensurar todos os gases estufa em uma mesma medida.

O corte de emissões é também o único caminho para chegar em 2050 com o balanço de liberação de gases estufa zerado, compromisso assumido na Cúpula do Clima de Glasgow (COP), onde foram mobilizados esforços para frear o aquecimento global. O cálculo do volume a ser evitado é de estudo inédito feito pela CDP América Latina, organização internacional que mede o impacto ambiental de empresas e governos em todo o mundo, e pelo Laboratório Cenergia da Coppe, da Universidade Federal do Rio (UFRJ). O trabalho traça ainda o caminho para que os principais setores da economia atinjam a meta.

Entre as recomendações estão aumentar as florestas plantadas do Brasil e dobrar os sistemas integrados ou agroflorestais – que unem espécies perenes, como árvores, com culturas agrícolas sazonais e criação de animais. Outra estratégia é elevar a participação das fontes renováveis de energia dos atuais 48% para 73% do total, com investimento em biocombustíveis avançados. Na rota da mudança, ainda estão necessariamente conservar florestas nativas, erradicar o desmate até 2030 e recuperar grandes áreas de pastagens.

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