O Brasil precisa evitar que 21 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente sejam despejadas na atmosfera nos próximos anos. Não é pouco: representa dez vezes o total emitido no País em 2020 ou duas vezes a poluição da China naquele mesmo ano. O CO2 equivalente é uma forma de mensurar todos os gases estufa em uma mesma medida.
O corte de emissões é também o único caminho para chegar em 2050 com o balanço de liberação de gases estufa zerado, compromisso assumido na Cúpula do Clima de Glasgow (COP), onde foram mobilizados esforços para frear o aquecimento global. O cálculo do volume a ser evitado é de estudo inédito feito pela CDP América Latina, organização internacional que mede o impacto ambiental de empresas e governos em todo o mundo, e pelo Laboratório Cenergia da Coppe, da Universidade Federal do Rio (UFRJ). O trabalho traça ainda o caminho para que os principais setores da economia atinjam a meta.
Entre as recomendações estão aumentar as florestas plantadas do Brasil e dobrar os sistemas integrados ou agroflorestais – que unem espécies perenes, como árvores, com culturas agrícolas sazonais e criação de animais. Outra estratégia é elevar a participação das fontes renováveis de energia dos atuais 48% para 73% do total, com investimento em biocombustíveis avançados. Na rota da mudança, ainda estão necessariamente conservar florestas nativas, erradicar o desmate até 2030 e recuperar grandes áreas de pastagens.
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