A visita do vice-presidente Hamilton Mourão a Pequim em 2019 foi classificada pelo governo chinês como a abertura de “um novo capítulo” nas relações com o Brasil. O governo de Jair Bolsonaro mal havia completado seis meses e Mourão chefiou a delegação que reativou o principal mecanismo de diálogo entre os dois países, a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que estava parada desde 2015. Ao reforçar em Pequim o compromisso do Brasil em manter a “parceria estratégica” com a China, o vice-presidente agiu como uma espécie de conciliador. Isso ajudou a devolver o pragmatismo que ele prega nas relações bilaterais, após as declarações hostis de Bolsonaro à China em sua campanha presidencial.
Três anos depois, porém, o elo Brasília-Pequim mantém-se numa temperatura baixa, aquém do que seria desejável com o maior parceiro comercial do Brasil. A demissão do chanceler Ernesto Araújo, em março do ano passado, deu início à distensão que evitou um declínio maior. Mas não calou o eco dos ruídos políticos, que dificultam o diálogo e prolongam problemas sérios para o Brasil, como o embargo chinês à exportação de carne bovina do ano passado.
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