Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Vigília permanente para manter status sanitário, por Nereida Vergara/Correio do Povo

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Conquista da certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação no Rio Grande do Sul completa um ano ainda sem os ganhos econômicos projetados, mas com sistema habilitado a assegurar a fiscalização | Foto: Fernando Dias / Seapdr / Divulgação

 

 

Na última sexta-feira, dia 27 de maio, o Rio Grande do Sul completou um ano de uma de suas mais elevadas conquistas sanitárias: a do certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Resultado de um longo processo de preparação (cerca de 19 anos), a chegada ao novo status demandou investimentos, capacitações, mudanças logísticas e de legislação até ser concretizada. A partir dela, também foram projetados avanços econômicos, aberturas de mercado e cifras de ganhos para a pecuária gaúcha que ainda não se tornaram realidade pela complexidade das relações comerciais, especialmente as externas. O que então trouxe todo o esforço de entidades, órgãos públicos, servidores estaduais e federais para que este marco fosse atingido?

A diretora do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), Rosane Colares, tem a resposta de imediato: o Estado ganhou em sanidade, diferencial qualitativo em sua produção animal que vai abrir portas a longo prazo e isto tem muito valor. A veterinária participou de toda a construção do caminho que levou até o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Ela destaca que ser livre da vacinação não é uma conquista que se deu apenas com a retirada da vacina. “A vacina é uma das ferramentas para que a doença seja evitada e vínhamos trabalhando em uma série de melhorias do sistema sanitário muito antes da vacinação ser encerrado”, comenta.

“Chegamos ao novo status com ações muito consolidadas no controle de trânsito animal, na mitigação de riscos e nos inquéritos sorológicos obrigatórios que comprovam a ausência da doença no nosso território”, salienta Rosane, ao lembrar que o Rio Grande do Sul foi o Estado pioneiro a implantar os mecanismos de mitigação de riscos, por uma ordem de serviço emitida em julho de 2018. Ela ressalta também a importância do trabalho desenvolvido pelos programas de controle de fronteiras, como o Sentinela e o Guaritas, que asseguram a fiscalização na entrada e saída de animais. Somente em 2021, o Sentinela realizou 78 operações e fiscalizou mais de 46 mil bovinos, encontrando irregularidades em 13 mil e aplicando R$ 3 milhões em multas. “O que precisa ficar claro é que este trabalho prossegue. Ainda neste ano teremos inquérito sorológico para mostrar que a doença não está presente e a partir de junho estamos preparados para receber nova auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Seguimos vigilantes”, complementa.

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